Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
28/05/2017 07h47
Padre Agostinho

Foi como se estivesse fugindo do inferno pra um porto seguro, sair da Dominicanos era o que mais queria fazer,ansiava por dias melhores pois ali só conheci dor,sofrimento e privações,entre aquelas quatro paredes.
A depressão atingiu a vida daquele artista de uma forma cruel,que o impedia de continuar pintando,produzir suas obras.Por outro lado,não esmoreci,alimentava a esperança de que de alguma forma Deus nos ajudaria e nos ampararia em qualquer circunstância.
Amigos fieis apareceram,como Osmar Cromiec,que nos visitava,levando mantimentos e palavras de conforto e esperança.
Quando veio a confirmação da primeira gravidez,rastros de esperança se acendeu em meio as preocupações::
- Como seria agora?
Após o impacto inicial, veio a emoção contida e lágrimas rolaram de tanta felicidade..Era preciso erguer a cabeça e lutar por aquele que estava vindo, pra fazer parte da vida de dois seres que embora juntos,pareciam tão solitários..
Era preciso legalizar aquela situação diante  das leis que regem o casamento,pra que ele ou ela,tivessem um nome reconhecido.
Cheios de coragem,começamos a planejar um futuro á três,até que aconteceu o inesperado.:
Um aborto espontâneo e cruel,como são todos os abortados..
O mundo ruiu de novo,,era preciso recolher os caquinhos do coração quebrado e as palavras de consolo, doíam mais ainda pois nessas horas, não existe nada,nem remédio algum, que cure tão grande dor.

Sair daquele lugar, era o que mais queria,pois já me sufocavam aquelas paredes que presenciaram minha alegria ao saber que seria Mãe,como qualquer mulher,mesmo já tendo 40 anos.
De repente Deus agiu de novo e num final de tarde, um casal de amigos apareceram pra nos trazer consolo,tinham acabado de se mudar e nos ofereceram a antiga morada. 
Novas luzes se acenderam!
A rua Padre Agostinho nos aguardava,cuidadosamente protegidos pelo Professor Germano Vasques e sua esposa dona Noêmia,seus proprietários.
Foi como entrar de novo, na vida que se abria diante de nós..
Nos sentindo como náufragos,éramos socorridos por aquele casal generoso e foi ali, naquela nova morada, que chegou a noticia da segunda gravidez
repleta de alegria,fé e esperança apos um pedido de adoção fracassado...
Ali nasceria o primogênito, pra selar com alegria tantos sofrimentos.

Soube da sua chegada num Momento de Oração,quando umSuave Perfume de Rosas inundo-me de dentro pra fora,como se fora inundada pelas flores...


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 28/05/2017 às 07h47
 
27/05/2017 20h33
O velho Edifício São Paulo

 

 

O velho edifício São Paulo na polemica e mal vista Rua Cruz Machado,foi a primeira parada depois de casada.

Parecia um edifício balança mais não cai,tantas eram as dificuldades,a começar pelo elevador.

A unica vantagem era ser bem central e isso nos permitia ir assistir  no cinema, as sessões da meia noite,lembro de um filme lançado na época ''Em algum lugar do passado que fez muito sucesso.

Os moradores eram os mais variados possíveis,alguns muito excêntricos como dona Elza com sua cachorrinha Bulica,sempre a tiracolo.

Por ser um apartamento pequeno,fazia malabarismo pra acomodar as visitas quando chegavam, eram geralmente pessoas ligadas as artes plastica,como a critica de arte Adalice Araujo de saudosa memoria.

O pouco espaço porem não impedia de brotar cada vez mais e maiores, as telas pintadas pelo RHaammes,artista catarinense,adotado por Curitiba.

As dificuldades financeira eram muitas e apesar de continuar trabalhando na Alba Química,pouco podia ajudar,pois precisava continuar os estudos retomados com alguns anos de atraso

Ambos estudavam no colégio Positivo e dali surgiu uma amizade durante um evento de premiação no concurso literário ''Palavra Viva' do qual ambos participando,fomos premiados,sendo escolhido meu o melhor slogan do Positivo.

Passar pelo velho São Paulo,foi experiencia única,e estudar no Colégio Positivo,uma grande honra. Ambos me deram bagagem pra enfrentar o futuro,de peito aberto e cabeça erguida, sem temor,ao lado daquele que considero sem qualquer demagogia,o melhor pintor do Brasil: Ronaldo Vargas(RHaammes)


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 27/05/2017 às 20h33
 
27/05/2017 19h59
Um homem bom...Chico Xavier

A vida nos reserva momentos que ao acontecer nos deixam quase como num sonho,onde muitas vezes pensamos ter sonhado,por ter desejado demais que aquilo acontecesse,

Foi assim que aconteceu quando conheci Chico Xavier nos anos 80,

Casualmente soube pela Tônia Maria,apresentadora de TV na época,que haveria uma excursão á Uberaba naquele final de semana.De imediato pensei em ir também,mas achava que não iria dar certo viajar assim tão de repente,sem conhecer ninguém.

Quando porem tudo está programado com antecedência torna-se mais fácil,e aquele desejo de ir conhecer de perto aquele homem bom,não saia da mente.. De repente me vi naquele ônibus seguindo viagem,sem imaginar que seria a viagem mais linda da minha vida.

Francisco Cândido Xavier,sinônimo de Paz. Diante dele me senti tão pequena ante aquele ser de luz.

Á sombra do abacateiro,no final da tarde,Chico passava suas mensagens,e a emoção dominava á todos, que silenciosamente choravam.

Á noite na fila do aperto de mão,continuava a emoção incontida daqueles que buscavam saber noticias do entes querido que partiram..

Muitos ali estavam pra aprender como eu, que o principio básico da vida é o amor. Outros não souberam dar valor a esses conselhos e se perderam pelo caminho da violência,como aconteceu com meu companheiro de viagem Renato ,que tempos depois assassinou a própria filhinha, jogando seu corpinho no mar.

Diante dos problemas futuros que vim a ter ,cheguei a conclusão que aquela viagem me foi reservada, pra que soubesse lidar com todas as situações difíceis,colocando o amor acima de tudo.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 27/05/2017 às 19h59
 
27/05/2017 16h54
O Positivo é a mão que nos une...

Quando decidi que seria hora de voltar a estudar,apesar da idade,fiquei por instantes indecisa,pensando se valeria a pena voltar depois dos 30 anos.

De que valeria,tanto esforço?

Trazia comigo só o que aprendera no curso primário dos anos 50 e isso parecia me bastar pra continuar exercendo a profissão de telefonista Afinal,meu desejo de ser professora perdeu o sentido,tornei-me sim, uma professora de mim mesma e isso não poderia ser ignorado,mas voltar aos estudos parecia utopia.

Mas como tudo na minha vida, era preciso tentar e voltei a principio meio deslocada,naquele ambiente mas aos poucos,fui me entrosando,fazendo novas amizades.De repente, surge a oportunidade de participação num concurso literário do Positivo;sem pensar duas vezes aceitei o desafio,apesar de achar que as chances seriam minimas,afinal os demais candidatos eram bem mais jovens, e por isso, tinham mais chances que uma pessoa com mais idade.

Me inscrevi e fui em frente...

Resultado da façanha> fui chamada á secretaria do Colégio pra uma conversa, que ignorava qual seria,pois temia ser sobre o atraso da mensalidade do curso que ainda não pagara,,mas então a surpresa:

Parabenizacão:

Tinha sido a vencedora do slogan do concurso Palavra Viva, organizada e supervisionada pelo professor juarez Polleto.A surpresa foi incrível,logo eu, que ficara tanto tempo sem estudar,era quem tinha menos chance de ganhar aquele prêmio,referente ao Slogan do Colégio. porem assim foi...No dia da entrega dos prêmios,no salão do Colégio Positivo da Desembargador Motta,fiquei muito nervosa e pedi á minha irmã Sandra que me acompanhasse.

.E foi ali, naquele evento,que viria conhecer aquele,que seria meu futuro esposo por mais de 30 anos.

Ele também participara e concorrera com poemas premiados. e nunca tinha notado que estudávamos juntos, na mesma sala,pelo fato de me sentar sempre, na turma do gargarejo, ou seja ,bem nas primeiras fileiras e ele sempre no fundão..Mais uma vez, Deus escreveu certo por linhas tortas,acredito muito nisso; Afinal, se não fosse por essa participação num evento cultural,jamais saberia da existência desse grande e talentoso artista plástico,autodidata, que desde os 13 anos de idade começou a pintar e coincidentemente,o primeiro rosto de mulher que ele pintou,ficou muito parecido com o meu rosto, sem me conhecer ainda é claro, como numa predestinação.  


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 27/05/2017 às 16h54
 
26/05/2017 21h19
Ser mãe é incomparavelmente belo,mas ser madrinha também o é.

É indescritivel  a emoção de voce receber uma criança que nunca esperou,mas que chega como um presente de Deus em sua vida.

É como se voce fizesse parte desse projeto de vida chegando...

Assim foi com a chegada da primeira afilhinha:

Lilian Cristina.

Curiosamente, coube a mim a escolha do seu nome num sorteio, daqueles enroladinhos no papel.

Seus pais queriam que se chamasse Rubia,uma das tias queria Erica, porem o escolhido foi o meu..Coincidencia? Quem sabe.

Ela era tão delicadinha,com aqueles olhinhos clarinhos sempre procurando olhar tudo ao mesmo tempo,como se não quisesse perder nada do novo mundo em que aportava...

Dizem que a maternidade muda a vida de uma mulher,mas no meu caso, ainda solteira, mudou tudo ao me tornar madrinha.

Tornei-me um pouco sua mãe postiça, ao buscar aquele toquinho de gente todo final de semana, pra paparicar.

Não sei a dimensão exata desse amor,mas sei com certeza, que a minha presença em sua vida foi marcante tambem..

Depois dela chegaram mais dois afilhados,um casal:

Aline e Eduardo..

Tambem dois anjos mandados por Deus pra me tornarr feliz.

Curiosamente, todos os tres nasceram no mesmo dia em que nasci:

20 de março

20 de outubro

20 de janeiro

Bem vindos sejam todos em minha vida de madrinha coruja..


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 26/05/2017 às 21h19



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