Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
09/07/2017 11h34
Picurú e Pupia...

Duas crianças tão ativas e tão sorridentes

Não pareciam que dariam tantas preocupações aos pais

Cada um a sua maneira...

Ele nasceu primeiro

Ela um ano e meio depois

Ela queria ser jornalista,fez Direito

Ele advogado quem sabe, foi fazer administração

Temperamentos diferentes,igualavam nas travessuras

Como qualquer criança saudavel, eram ativos e incansáveis nas brincadeiras de crianças...

Com o correr do tempo, foram revelando tendências preocupantes

A rebeldia dela,contrastava com a timidez dele

Na primeira oportunidade do primeiro amor

Ambos fizeram a mesma coisa:

Não levaram a vida a serio e tudo acabou...

 

A vida nos cobra por certos deslizes

Recuperar o que se perdeu,muitas vezes se torna dificil, impossivel

Mas partir em busca de novas oportunidades é preciso

Só o tempo,o senhor tempo, pode modificar nossos caminhos

E em qualquer tempo, sempre estarei com eles.

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 09/07/2017 às 11h34
 
09/07/2017 11h02
Edificio Boticelli...

Foi lá que no ano de 1988, a felicidade bateu na porta, vestida de cor- de -rosa.

Fazia já um ano e oito meses que chegara o primeiro pacotinho vestido de azul e agora, nova criança estava a caminho. 

Ficamos todos surpresos,afinal já fora tão difícil ganhar o primeiro filho,dificultado pela idade.

Foi a maior emoção da minha vida, eu que já era tão grata a Deus por ter me concedido aquele primeiro filho, agora mais grata me tornava, pela oportunidade de ser mãe novamente.

Acredito que a primeira gravidez é marcante por ser uma  marinheira de primeira viagem, mas a segunda é bem mais, porque nos permite botar em prática, a experiencia adquirida...

Ela chegou vestida de rosa pra fazer a diferença, pois desde muito bebezinha, teve que fazer uma cirurgia de hernia e graças a presença do Dr Miguel em nossas vidas, tivemos condição de superar todos aqueles momentos tão difíceis,pois ele providenciou tudo e acompanhou a cirurgia daquela menininha que aprendeu chama-lo de tio Miguel ate hoje..Ele foi uma benção divina em nossas vidas e saudosamente lhe prestamos essa homenagem póstuma.

Sempre ouvi da minha mãe,que Deus dá a sina, mas não tira a sorte....

Encontrar o Miguel Pessoa depois de tantos anos como pediatra, foi uma grande sorte, pois desde o fechamento da Farmácia Pessoa em Irati,,nunca mais o vi..

Encontrei-o por acaso,quando procurava um medico pediatra no bairro das Merces,onde morava na ocasião e até pensei que o consultório era do seu tio,que  era pediatra tambem..

Grande foi a surpresa,eu o reconheci na hora, ele demorou a me reconhecer,mas ambos éramos conterrâneos e a amizade perdurou.

Tornou-se medico da família...

Havia  ali uma grande amizade do passado reforçada pelo presente através da arte plástica,pois como meu esposo,ele, alem de medico, também pintava suas telas, com paisagens iratienses.

Um dia perguntou o porque dos nomes Victor Hugo e Dominique...

Ela, pela música francesa, ele pelo romancista também francês, pois sempre fui apaixonada pela França e isso explicava tudo, respondi. Ele  também tivera dois filhos e gostaria de ter tido uma filha pra chamar de Elisabete.

Sua irmã Tereza Cristina tinha uma filha chamada Letícia,sua mãe Matilde já falecera e seu irmão Jeca também.

Reencontros assim só acrescentam na vida e nunca mais deixamos de nos falar, até o seu falecimento repentino.

Certamente que a nossa amizade perdurará pra sempre.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 09/07/2017 às 11h02
 
30/06/2017 22h15
E de repente...

A vida me ofereceu a oportunidade de mudança, e com a separação dos pais, tornei-me arrimo de família;
Chegando á capital,como alguém que vem do interior sentindo-se perdida em meio a tudo, tão diferente da aconchegante cidade natal.

O medo do desconhecido, foi superado com muita garra,esforço e coragem,pois não podia nunca esmorecer.
Trabalhei e muito, dia e noite nos plantões da Telepar e hoje já posso dizer:
- Vim,vi e venci.

Porém aconteceu que, diante da insatisfação da minha mãezinha,que não conseguia se acostumar e queria regressar a Irati,,perdi o emprego que tanto nos ajudava sobreviver, e a partir dali, amarguei muitos dissabores,enfrentando novas filas em busca de emprego,depois que o regresso dela não aconteceu.
Ia diariamente ao centro da cidade,as vezes até a pé por não ter o dinheiro da condução, pois tudo que ganhara no acordo da Telepar,ajudara a família,afinal estavam todos sob minha responsabilidade.
Fui duramente testada pela vida,que sempre me impulsionou a ir em frente encarar de forma que,se alguma coisa não desse certo,pelo menos havia tentado. Contudo houve momentos de desesperança,a ponto de tentar fugir da vida, num momento de total desespero

Deixei um bilhete de despedida e sai sem rumo,mas acabei voltando, disposta a continuar lutando.,pois só os fracos se rendem ante o suicidio.. 

Erguendo a cabeça segui em frente,busquei novos caminhos atraves dos estudos e assim superei tantos dissabores.
E foi pensando assim,renovada pela esperança, que  voltei a estudar dali uns tempos, pra concluir o segundo grau, 20 anos depois.

Guerreira sempre fui,guerreira continuo sendo até hoje.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 30/06/2017 às 22h15
 
29/05/2017 16h44
Ecos da memoria...

NO SILÊNCIO DA NOITE, AINDA  OUÇO AO LONGE, O LATIDO DE UM CÃO QUEBRANDO A PAZ REINANTE....
ME VOLTO TODA PRO PASSADO,COMO SE ESTIVESSE AINDA NAQUELE PUXADINHO TÃO PEQUENO,  ONDE MAL CABIA UMA CAMINHA DE CAMPANHA,  APERTADA ENTRE AQUELAS QUATRO PAREDES, PRA DAR ESPAÇO PRA BACIA DE ZINCO, SERVINDO COMO BANHEIRA.

UM PEQUENO ARMARIO PENDURADO  NA PAREDE PRA GUARDAR AS POUCAS ROUPAS QUE EU MESMA TEIMAVA EM FAZER, EMPRESTANDO A MAQUININHA DE COSTURA DA DONA ROSNIHA..
 ALEM DISSO, ELA EMPRESTAVA TAMBEM ATÉ SEU RELOGIO DE PULSO PRA LILI CANTAR NA DIFUSORA, ONDE  ELA ERA CROONER DO CONJUNTO MUSICAL DO LEVÍ.

ADORAVA COSTURAR...
GOSTO HERDADO DA BISA CRISTINA,QUE NA SUA MAQUININHA ZEPZEP, COSTURAVA DIA E NOITE. PRA VENCER AS ENCOMENDAS..
SÓ BEM MAIS TARDE,JÁ ENTÃO TRABALHANDO, PUDE COMPRAR MINHA PROPRIA MAQUINA DE COSTURA VIGORELLI ,DANDO FOLGA PRA ‘’MAQUININHA DA DONA ROSINHA’’ E PRESENTEANDO  ASSIM MINHA MÃE, QUE PAROU DE ''COCHICAR AS ROUPINHAS NA MÃO.

QUANTO MAIORES ERAM AS DIFICULDADES, MAIOR ERA A DISPOSIÇÃO EM VENCE –LAS.
FOI SEMPRE ASSIM, POIS NADA NOS CAI DO CEU E SE ACASO DESISTIMOS NO MEIO DA LUTA, COMO FICAR SABENDO SE VALERIA A PENA OU NÃO TENTAR?
ATE MESMO EM CRIANÇA ,BRINCANDO DENTRO DAQUELA GAIOTA FEITA DE CAIXOTE DE MADEIRA, PERSEVERAVA QUE UM DIA TERIA UM CARRO PRA PASSEAR..
E NAS NOITES FRIAS DE INVERNO IRATIENSE,  DEBAIXO DAS POUCAS  COBERTAS  QUE MINHA MÃE CHAMAVA  DE ‘’TRAPIANGAS’’ EU SONHAVA COM  OS COBERTORES QUENTINHOS  DAS CASAS PERNAMBUCANAS..

MEU CODINOME SEMPRE FOI PERSEVERANÇA...

NADA NUNCA CAIU DO CÉU, E JAMAIS USEI DE ALGO ILICITO PRA VENCER  E A VIDA  ME PREMIOU,DANDO EXAGERADAMENTE 10 QUARTOS PRA COMPENSAR AQUELE PUXADINHO ONDE DORMIA.
MAS CONFESSO:

''O QUE NÃO DARIA PRA VOLTAR POR INSTANTES AQUELA CASINHA COR- DE-ROSA E ENCOSTADA AS PAREDES DAQUELE QUARTINHO TÃO PEQUENO,.FECHARIA OS  OLHOS PRA LEMBRAR DO TREM APITANDO NA CURVA, COMO FERA FERIDA.E OUVIRIA DE NOVO O DOCE CHAMADO DA MÃEZINHA QUERIDA DIZENDO:
- VEM COMER UM CAVAQUINHO DE PÃO, QUE AMANHÃ É UM OUTRO DIA''...

QUERIDA MÃE...

VOCÊ É O ECO MAIS DOCE DE TODA MINHA VIDA
QUEM DERA FICAR ETERNAMENTE APRISIONADA NESSAS LEMBRANÇAS


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 29/05/2017 às 16h44
 
28/05/2017 08h28
A espera...

''Como uma semente forte, lançada no terreno fértil do amor
você criança tão esperada, veio rebentar em nossas vidas.
Lentamente foi se aninhando em nossos corações, como pequeno Pássaro tão frágil, ao mesmo tempo tão forte capaz de voar um dia e modificar os rumos que nos conduzem.
Não haveria sentido algum na vida sem tua indispensável presença...
O colorido das flores, a profundidade dos mares, a sinfonia dos pássaros.
Nada se iguala em beleza e poesia com a tua presença, obra prima do Criador.
Diante de tanta grandeza contida em tão frágil ser, me curvo, restando um só pensamento:
Haveremos de te amar criança querida, por toda eternidade''.
Até que Deus envelheça.


Ctba/24/05/86


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 28/05/2017 às 08h28



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