Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
02/08/2017 06h38
Em que espelho ficou meus 18 anos...

Diante dessa realidade da vida,me vejo numa volta ao passado e me pergunto:

- Em que espelho deixei a juventude perdida?

Envelhecer não pode ser só sofrer recordações, é também a oportunidade de avaliação do que fomos, ou deixamos de ser.

Naqueles áureos tempo das 18 primaveras, me detenho...

Foi a fase mais sofrida, porem a mais rica em sonhos e alentos, que confortaram, aquele jovem coração enamorado.

Nos dias atuais, um jovem com 18 anos é considerado ainda imaturo pra assumir sua independência.

Mas naqueles tempos, do meu tempo, já se sentia o peso da responsabilidade desde que os primeiros sinais da juventude brotavam.

Era preciso ser e fazer seu próprio caminho...

Os raros momentos de lazer,eram compartilhados com esmero na voz de Elvis Aron Presley, cantando Love me Tender...O eterno rei do rock and  roll, reinava absoluto

E a voz de Helio Ribeiro dizendo:

''Que se amem aqueles que se amam e que o amor deles, possa acabar com o ódio dos que não te amor nenhum''

Ou Johnny Rivers convidando pra Do yoU Wanna Dance?

enquanto Earl Grant antecipava The End.

Depois, a chegada do rei Roberto, acabava de embalar aquele coração numa canção com muitos

Detalhes.

                                                              ENQUANTO NICO FIDENCO NOS PRENDIA NUMA LEGATTA GRANELLO DI SABBIA

 RITA PAVONE FAZIA O CUORE BATER FORTISSIMO EM 1966

DEPOIS DISSO TUDO, JOHN FOSTER CANTAVA AMORE SCUSAMI

SUAVISANDO A CANÇÃO, YESTERDAY DOS BEATLES.

 

E o espelho refletia tudo...

Amor- canção e cor da esperança, se espalhavam pelos ares...

O preço era alto ,mas valia a pena ousar e aceitar coisas novas, que brotavam como raízes no chão da alma.

E o espelho refletindo

 O tempo passando

A saudade ficando.

O amor se eternizando


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 02/08/2017 às 06h38
 
02/08/2017 04h51
Superação é meu codinome...

Mãezinha,depois que você foi embora, todos me voltaram as costas, vou continuar a caminhada, pois superação é o meu codinome.

 

Minha vida toda, foi marcada por extrema superação,como: Desemprego, doenças e violências.

'Vinda de uma cidade que parecia uma aldeia, comparada a uma cidade grande muitas vezes pensei voltar,mas como abandonar aqueles pelos quais me sentia responsável.

Foram  muitas as noites insones debatendo entre  razão e o coração,entre o ir  ou ficar.

A vida me arrastou por caminhos tão difíceis, que muitas vezes pensei em fugir dela, daquela vida, mas como fugir de mim mesma?

O sofrimento lapida nossa alma,,isso aconteceu comigo o tempo todo, pois quanto mais me esforçava, mais era menosprezada por pessoas que se serviam da minha ajuda financeira

 Ao conseguir novo emprego no moinho Curitibano. após ser demitida da Telepar. começou o período  mais difícil,trabalhando em troca de macarrão, trigo e bolacha,nada ou quase nada recebendo do pagamento no final do mês.

Naquela época não tinha TV(comprei a primeira colorado RQ preto e branco) nem geladeira em casa e a comida requentada na marmita muitas vezes azedava .Certo dia decidida a mudar meu rumo pedi demissão daquele lugar escravizante, onde era obrigada a fazer um trabalho pesado demais pras poucas forças físicas que tinha

Foi nesse período que pensei fortemente na morte como solução e ao deixar um bilhete sobre a mesa,sai sem rumo decidida acabar com tudo.

Lembro da aflição que causei no olhar azulado da minha mãezinha,quando de repente voltei disposta a continuar vivendo,apesar das carências e do desamor.

Recomeçar era preciso mas como, se não tinha meios de buscar novos empregos, pois o dinheiro já pouco, não me permitia gastar em condução e assim, passei a procurar serviço indo a pé para o centro da cidade.

Voltava cansada  mas nunca desanimada,a batalha de uma guerreira não acaba no primeiro NÃO e muitos não viriam pela frente.

Finalmente, uma luz no final do túnel apareceu e uma nova oportunidade de trabalho surgiu, mas que durou pouco.

 Afônica, perdi a voz e o emprego também.Enquanto chorava no último dia do aviso prévio, apareceu um anjo em forma de mulher na minha frente e perguntou porque chorava.

Ergui os olhos e vi aquela criatura que nunca vira antes, mas que era uma pessoa influente na Telepar de Curitiba.

Por entre lágrimas contei a ela meu drama e com um sorriso de encorajamento  encaminhou pra um emprego nas Lojas HM,onde vim a conhecer  Amelia a melhor amiga, que um dia  me levaria pra conhecer o mar de Guaratuba.

Fiquei pasma diante daquela imensidão do mar e nos tornamos amigas pra sempre.

Novamente afônica, fui aconselhada a pedir pra sair já que a voz era minha ferramenta de trabalho;De novo recomeçaria ao entrar naquela fila enorme de candidatos no SINE.

A fila era grande mas o emprego foi meu.

Recomeçaria a trabalhar agora já com um projeto de voltar a estudar;.

Era a vida me resgatando de novo e tudo corria bem ate que numa noite ao voltar da faculdade, fui assaltada a mão armada, surpreendida por alguém e a partir daí, traumatizada  pense de novo em desistir da vida.

Ponderei não valer a pena morrer e comecei tudo de novo, agora já tinha um novo rumo estudando e não desistiria.

Voltara a estudar após tantos anos e queria mais que nunca mudar de vida e virar aquele jogo de pobreza e miséria, que parecia favorecer a todos menos a mim. 

E foi durante a apresentação de um concurso literário, onde fui premiada com o primeiro lugar na escolha do melhor slogan do Positivo, que fiquei conhecendo aquele que Deus me reservara pra companheiro de vida;e a amizade inicial foi pouco a pouco, se transformando em algo mais forte e o amor surgiu da convivência diária.

Foi dele o braço amigo que me amparou nos momentos de  aflição e angustia,quando passando por assalto fui acusada de farsante e mentirosa, que inventara aquela historia toda, pra poder sair de casa e assim, se ver livre da família.

Ferida como um pássaro sem asas, alcei vôos mesmo assim e segui adiante em busca do futuro, ate chegar o momento abençoado do primeiro filho.

Tive essa revelação de que seria mãe aos 40 anos, sentindo um aroma de um perfume de rosas que parecia sair de dentro pra fora,ao fazer uma oração.

Senti- me abençoada, pois já não estaria mais só.

As dificuldades financeiras só aumentavam com a chegada daquele ser maravilhoso, isso só motivava a lutar cada vez mais.  

De repente a surpresa;

Novo anjo chegaria em nossas vidas e aos 42 anos me senti premiada de novo pela vida.

Desta vez a alegria veio vestida no tom- de-rosa que muito nos alegrou.

Afinal chegara de forma inesperada e conquistou nossos corações pra sempre.

As despesas triplicaram a partir de então, pois aos dois meses de vida foi descoberto uma hérnia naquela menininha e era preciso fazer cirurgia.Foi dolorosa demais aquela fase, não fosse a ajuda preciosa do Dr.Miguel Pessoa, sempre presente e que tomando ela nos seus braços,levou pro centro cirúrgico do Hospital Pequeno Príncipe e a operou,enquanto inconsolável voltava pra casa, sem poder ficar junto naquele Hospital.

Há pessoas que passam pela nossa vida assim como anjos enviados por Deus pra nos dar a mão na hora e no momento certo e o Miguel foi uma delas.

Uma amizade que começou la na juventude nos balcões da farmácia do seu pai João Pessoa, e  que veio refletir futuramente após longos anos, nos corredores frios de um Hospital pediátrico.do Pequeno Príncipe.

O reencontro fora inesperado, buscava um pediatra pro primeiro filho e acabei indo consultar com ele, pensando tratar-se do seu tio Plínio, também  medico de crianças e qual não foi a minha surpresa ao revê-lo e isso me encheu de recordações tão lindas de uma juventude perdida, mas repleta de boas lembranças.

Á ele  MIGUEL ANTONIO ANCIUTTI PESSOA eterna gratidão. 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 02/08/2017 às 04h51
 
01/08/2017 18h48
Passando a vida a limpo

A vida me encharcou de lágrimas, que o sol sempre secou com seus raios fulgurantes escondido no horizonte  mas prestes a aparecer de repente, a qualquer momento...

As lembranças são tantas, que escorrem como favo de mel e a maior e mas doce delas, é a figura da mãezinha querida ,trançando os meus cabelos..

Ao passar a vida a limpo,a primeira lembrança quando cheguei em Curitiba, foi a Rua Maximino Zanon, no bairro do Bacacheri.

Fiquei encantada com a Cidade Sorriso, que só conhecia através da voz do Dirceu Graeser,no programa Favoritas da juventude, nos anos 60.

Fui acolhida pela família Santos Loro.

Como um naufrago em busca de abrigo e proteção,vi um novo mundo que se descortinava diante dos meus olhos...

Aos 18 anos, enfrentava pela primeira vez um mundo hostil, ate então desconhecido, longe da mãe querida ,que era todo o resumo da minha vida.

Por desconhecer a cidade grande demais, quando cheguei em Curitiba precisava ser levada pela irmã Darli, todos os dias pra Telepar, ate aprender o caminho do ir e vir, sozinha.

Não conseguia entender, como as pessoas conseguiam andar naquele vai e vem,sem se perder...

As ruas pareciam todas iguais,dai ate me acostumar com o movimento de carros e pessoas, foi angustiante.

Pensei em largar tudo e voltar pra minha cidade amada, tão acolhedora,mas a lembrança da minha mãe,esperando que a buscasse,me dava força pra continuar

Sozinha, ela não tinha condição financeira,era preciso que me adaptasse logo,pra então busca-la.

Foram noites insones,me debatendo entre o ir ou ficar, não tinha escolha.

Então um dia me decidi e voltei preparada, pra fazer a mudança da vida dela e da minha também.

Foi num final de tarde que cheguei em Irati,,passagens de volta pra todos na mão e com muita coragem pra trazer todos comigo.

A partir dali, me tornaria responsável por todos eles,custasse o que custasse.

A caçulinha tinha só seis anos,e assim me tornei um pouco sua segunda mãe .

O mais velho já tinha saído de casa há muito tempo,e assim me tornei arrimo da família.

Sem querer...

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/08/2017 às 18h48
 
01/08/2017 18h34
Caneta de pena...que pena

Sou de um tempo em que ainda se escrevia com caneta de pena  tinteiro molhadas no tinteiro,com ajuda de um mata borrão, pra consertar os borrões Inevitáveis.

Era quase uma aventura escrever uma carta pra alguém naqueles tempos tamanha a dificuldade pra manejar com habilidade. aquela caneta.

Valia a pena(?)

Sim,sempre valia a pena,pois o habito de se trocar cartas era quase uma necessidade de interagir com alguém, como a dizer:

:- estou aqui não te esqueci e a resposta vinda depois, trazia alento ao coração saudoso,com a certeza de que não fora esquecido e valia a pena escrever de novo,através daquela pena, tantas vezes fossem necessárias e o carteiro, como um  pombo-correio, sentia -se feliz em ser a ponte entre as pessoas que se queriam  bem como amigos,parentes,namorados e até mesmo desafeto, porque não?

Hoje toda essa transação se faz através das redes sociais,numa troca fria,sem olho no olho,sem aperto de mão e muito menos sem o sorriso bonachão de um carteiro, que até virou sucesso na voz dos irmãos Carpenters cantando mister Postman.

Se pudesse escolher voltar pro passado, voltaria sem duvida só pra pegar de novo, aquela  velha caneta de madeira, surrada pelo tempo,dentro do velho tinteiro mas sempre disponível, pra mandar e receber boas noticias entremeadas de algumas não tão boas, mas que ate chegarem  ao destinatário,perdiam um pouco da aridez da notícia, embaladas pelo suave perfume daquela tinta azul ou preta pois cor é sempre cor. 

Nostalgia? 

Realidade....


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/08/2017 às 18h34
 
30/07/2017 08h32
Professora da vida...

SER CRIANÇA LEMBRA INFANCIA

E INFANCIA LEMBRA ESCOLA

ESCOLA LEMBRA O DUQUE

DUQUE LEMBRA O SABER 

SABER LEMBRA APRENDIZADO

APRENDIZADO GRATIDÃO...

 

Sou grata as mestras queridas que me acolheram analfabeta e me devolveram preparada para a vida... 

No pateo da escola,muitas brincadeiras foram feitas

e na sala de aula, muito aprendizado e união, na fila dos dois a dois, na hora da formação, pra entrar ou sair da sala de aula.

Perfilados cantavam o hino da bandeira nacional

Não havia distinção de classe social,eramos todas crianças aprendizes.Mesmo quando um uniforme era mais surrado que o outro,éramos simplesmente alunos

E na hora do recreio, quando tocava a sineta,lá estava dona Cidalia sorridente e atenta,recebendo a todos com costumeira atenção.

Alguns ja eram socorridos,outros não,mas todos eram atendidos com igual atenção

Ostentando meu velho guarda-pó surrado e no braço a faixa de monitora da classe, seguia orgulhosa e vencedora.

Essa igualdade de direitos no entanto,sempre houve.

Não havia ricos nem pobres, todos iam em busca do saber

Ser criança é ser totalmente aberto as coisas que a vida ensina.

Alguns  como eu carregam carinho e gratidão ´por toda vida' .

Costumo dizer que ''era feliz e ainda nada´sabia.Eu  porem acho que já era feliz e ja sabia.

Queria ser normalista,sonhava ser professora e sentada ao lado do velho fogão de lenha, lisinho feito uma lousa, escrevia com restos de carvão,''os deveres para casa'',enquanto minha mãezinha cozinhava.

A decepção maior chegou no dia em tive que deixar a escola onde queria ser professora,porem meu pai me convenceu dizendo, que mulher não precisava estudar muito.

Era o velho ranço machista que já imperava e como contraria-lo?

Tristemente me vi despedindo do velho Duque de Caxias e parti pra vida com uma grande bagagem de aprendizado, que conservo até hoje,ouvindo e ensinando como professora da vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 30/07/2017 às 08h32



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