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05/03/2017 22h15
Anos 60
PARECE QUE FORAM OS ANOS QUE MAIS MARCARAM, FICANDO ALI AS MAIS DOCES LEMBRANÇAS DA JUVENTUDE.
TAMBÉM ADERIRA A MODA DA MINI SAIA, LOOK DO MOMENTO CRIADO POR MARY QUANT, UMA ESTILISTA BRITÂNICA DOS ANOS 60.
OS ANOS DOURADOS FOI MESMO TUDO MARCANTE:
NO RÁDIO, O PODER DA MENSAGEM COM O INIGUALÁVEL, HELIO RIBEIRO.
NA TELEVISÃO, AS JOVENS TARDES DE DOMINGO, DO ROBERTO CARLOS E NO RADIO PARANAENSE, AS RADIONOVELAS COM SINVAL MARTINS E ODELAIR RODRIGUES E TANTOS OUTROS, COMO DIRCEU GRAESER, HILDA CRISTINE, PAULO HILARIO E JOÃO LUIZ, COM AS FAVORITAS DA JUVENTUDE, QUE TAMBÉM MARCARAM MUITO, COMO FOI O EXPRESSO DAS QUINTAS, COM MARIO VENDRAMEL.
UMA ÉPOCA TÃO DOURADA, ONDE A VOZ DE BARROS DE ALENCAR, EMBALAVA MEUS SONHOS DA JUVENTUDE,.CANTANDO ´´OLHOS TRISTES´´
A PRIMEIRA SESSÃO DO CINEMA AOS DOMINGOS, ERA SAGRADO PRA DAR TEMPO DE VER SE O ´´PRETENDIDO´´ ESTAVA POR LÁ.
A DECEPÇÃO ERA QUANDO NÃO ESTAVA, OU PIOR AINDA, ESTAVA ACOMPANHADO DAÍ A DOR DE COTOVELO, SÓ CRESCIA E HAJA LÁGRIMAS, DISFARÇADAS PELA EMOÇÃO DO FILME NA TELA.
LEMBRO QUE ISSO ACONTECEU COMIGO, MAS ACHO QUE NÃO FUI A ÚNICA E ME CONSOLO.
FOI PRECISAMENTE NESSE PERIODO, QUE FUI CONVIDADA PELA DONA JOANA MICHALACHL, A FAZER UM TESTE PRA TELEFONISTA.
FUI E CONHECI A PESSOA MAIS PACIENTE DO MUNDO PRA ENSINAR.
ERA A CHARLOTE, A IRMÃ DA ERICA E DO EGON GOY.
QUANDO INICIEI COMO TELEFONISTA EM 1964, FOI A DURAS PENAS QUE APRENDI.
SEMPRE FUI MUITO CALADA E TIVE QUE USAR A VOZ, COMO FERRAMENTA DE TRABALHO,NUM AMBIENTE MUITO TENSO, NO QUAL TINHA DE DECORAR TODOS OS NÚMEROS DOS TELEFONES DA CIDADE,ALEM DOS CÓDIGOS E SIGLAS DAS NOMENCLATURAS.
CERTA VEZ ,FIQUEI TÃO NERVOSA, QUE AO CHAMAR MALET FALEI PELÉ, TALVEZ PORQUE O REI DO FUTEBOL, ESTAVA EM EVIDÊNCIA NO INICIO DE CARREIRA.
NO FINAL DO EXPEDIENTE, QUASE SEMPRE SAIA CHORANDO E JURANDO A MIM MESMA, QUE NÃO VOLTARIA NO DIA SEGUINTE.
TINHA DIFICULDADES PRA DECORAR TODAS AQUELAS SIGLAS E NOMENCLATURAS, QUE ERAM USADAS COMO CÓDIGOS NO FALAR E ESCREVER, COMO POR EXEMPLO:
LO,NR,TN,DR E OUTRAS MAIS.
ASSIM ACONTECEU QUE VOLTEI, TODOS OS DIAS SEGUINTES,POR OITO ANOS ATÉ SER TRANSFERIDA PRA TELEPAR DE CURITIBA, POR PROBLEMAS FAMILIARES.
SAI DA TELEPAR NOS ANOS 70, MAS CONTINUEI NA PROFISSÃO,TRABALHANDO EM LOJAS E INDUSTRIAS, ATÉ ME APOSENTAR.
ESTRANHO O CAMINHO QUE A VIDA NOS TRAÇA PRA SEGUIR, POIS EM CRIANÇA, POR SER MUITO QUIETINHA, AS PESSOAS PERGUNTAVAM A MINHA MÃE SE EU ERA MUDINHA.
QUE IRONIA DO DESTINO..:
USAR A VOZ PRA CANTAR E TRABALHAR, FOI O QUE MAIS FIZ AO LONGO DA VIDA.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 05/03/2017 às 22h15
05/03/2017 21h57
Alem disso tudo...
Costumava acompanhar meu pai,nos bailes de carnaval do Clube do Comércio,onde ele tocava seu clarinete até o sol raiar,afim de ganhar uns trocos extra.
Depois de um dia cansativo, como carpinteiro da Prefeitura de Irati, ele ainda tinha fôlego e disposição pra música.
Motivada com isso,passei a frequentar os ensaios aos sábados na Difusora, e então um dia, tomei coragem e subi no palco, pra cantar Filme triste, sem imaginar como seria minha vida a partir dali, afinal meu mundo era só ali,entre aquelas montanhas e campos verdejantes.
Desconhecia no vai e vem do trem,outras cidades e sentada a beira da linha, ficava a imaginar, como seria o mundo no final dos trilhos,que se perdiam na curva.
O apito que ecoava naquelas curvas, pareciam anunciar uma promessa de vida nova e distante.
Mas como se desgarrar da cidade que nos viu nascer, sem sofrer?
E aconteceu o inevitável então.
A descoberta do primeiro amor e com ele, a decepção causada pela diferença de classes sociais.
Pra compensar deixara amizades compensadoras no primeiro emprego da Farmácia.
Inexperiente, sem saber ao menos atender um telefone, fui jogada na arena da vida, pra aprender que' 'quanto mais difícil o aprendizado,mais compensadora será a vitória.´´
E assim foi...
Vim e venci, com a ajuda de duas grandes amizades, das quais não posso deixar de citar os nomes:
Marica e Tereza Lopes.
A primeira me ajudou no vestir, dando-me de presente cortes de tecido das Pernambucanas, pra que pudesse vestir -me melhor e me levando vez em quando, no salão de beleza da dona Lucinda, onde sua filha Longines ajeitava os cabelos, que eram longos e passaram a ser curtos e jeitosos.
Alem disso,me presenteou com um blusão de lã, que ela mesma tricotou, na cor rosa pink.
Com tudo isso, ainda me emprestava seu radinho de pilhas pra que levasse pra escutar a noite em casa, desde que não deixasse de levar de volta,no dia seguinte.
Foi assim que devotei a ela enorme gratidão, pela vida afora.
A segunda, me incentivou sempre, dizendo pra nunca desistir dos meus sonhos,que devia lutar pra vencer barreiras, e que seria vitoriosa um dia.
Demonstrava gostar de mim, como gostava da sua irmãzinha que também se chamava Mirian e da qual falava com muito carinho.
Seu pai trabalhava na Estação ferroviária e era a simpatia em pessoa, o seu Marcilio Lopes, um ícone da cidade.
Tenho muitas saudades delas, e onde quer que estejam agora, minha gratidão será eterna por vocês minhas amigas.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 05/03/2017 às 21h57
05/03/2017 17h58
Uma grande família...
Lembro do primeiro dia que entrei na farmácia, timidamente.
Sempre ouvira falar, que ninguém gostava de trabalhar lá, pois ''seu Pessoa era muito brabo''
Mais tarde, convivendo com ele, pude perceber o quanto era preocupado com o ser humano, doando os remédios as mães carentes, que levavam seus filhos, pra consultar com o ´´seu João.
Até comigo aconteceu de um dia não poder ir trabalhar, por estar adoentada e minha mãe foi falar com ele, pra justificar.Ele deu uma bronca, dizendo que eu deveria cuidar mais dos pés, pois estava pegando muita ´´friagem´´ usando alpargatas.
Certa vez minha colega Regina Marochi, ao colocar um medicamento na prateleira, deixou cair e quebrou.
Ficou pálida, esperando por certo uma cobrança e ele no entanto disse apenas:Tome mais cuidado, senão quando tiver um filho, pode deixar ele cair no chão.
Quando cheguei no primeiro dia, logo me perguntou o que sabia fazer e respondi: Nada.
Dentro do meu vestidinho azul marinho com golinha branca, que ganhara de presente da prima Ione,meu coração disparava.
Aquele olhar severo, por trás dos óculos me intimidava, e quase saí correndo, como costumava fazer, quando alguma coisa me assustava.
De repente chega o seu filho Miguel e olhando com curiosidade meu modo caipira de ser, por certo notou meu medo.
Por seu lado, a Marica sua mais antiga funcionária,me analisava por trás dos óculos, com leve sorriso nos lábios, tentando disfarçar a pena que sentia da minha situação.
Mesmo assim,fui aceita como parte da equipe, e por não falar muito, que não era o meu forte,por certo não serviria pra atender o balcão.
Logo seu Pessoa me encaminhou pra escrivaninha de cobranças,onde dezenas de blocos me aguardavam, pro teste inicial.
A minha tarefa diária seria relacionar todas as vendas do ''fiado'', que no final do mês seriam cobradas de bicicleta pelo Miguel, percorrendo os endereços pras cobranças.
Parecia ser uma tarefa fácil pra mim,mas quando elas voltavam sem serem quitadas, a coisa ficava complicada, pois iam se acumulando,e minha tarefa ia aumentando.
Porem com o passar dos meses, fui ficando mais tranquila, pois já entendia o mecanismo da situação, porque se alguém por acaso não pagasse, não cabia á mim o prejuízo.
Dona Matilde, gentilmente me convidou pra almoçar todos os dias com eles.
Aceitei um tanto envergonhada e aos poucos, fui me acostumando tanto que quase já me sentia parte da família.
Dela lembro sempre,entrando na farmácia e perguntando pelo esmalte Rosa Rei,sua cor preferida.
Parecia que ali não tinha diferença de classe social,ela nos tratava com muita consideração.
Vez por outra, o seu Pessoa saía, acompanhado do seu amigo Romeu Crissi, pro tradicional cafezinho na Panificadora Irati, então pedia que ficasse atendendo o balcão.
No inicio fiquei feito barata tonta,mas depois peguei o jeito e no final até aprendi algumas fórmulas, preparadas no Laboratório,onde trabalhava a Nininha junto com a Tereza Lopes, que era filha do seu Maurílio, e que tinha outra filha chamada Mirian.
Achava o Laboratório fantástico, com todos aqueles tubos de esterilização,nos fundos da farmácia.
Notei que lá tinha até uma salinha,reservada pro Miguel revelar suas fotos, aliás no fundo da casa, ele também criava coelhos nas horas vagas.
Vez por outra chegava seu amigo Angelo, da família Baggio,eram grandes amigos, uma enfermidade porem o levou prematuramente; Lembro da tristeza na farmácia, quando chegou a noticia do seu falecimento.
E assim nessa convivência, fui conhecendo um por a um a Grande família Pessoa,começando pelos 10 filhos da dona Matilde e do seu João:
Pela ordem de chegada, arrisco dizer que o Nêgo João era o mais velho e a Tereza Cristina a caçula.
Entre os dois estavam os demais:
Maria Helena Plinio,Luíz,Esther,Jeca,Sara,Carlos Alberto e Miguel.
Conheci todos os netos e de alguns ainda lembro o nome, como a Regina,Leise, José Tadeu,Helena Alice,Aracy, Estela,Vera.
Dos filhos da Sara e tambem do Plinio, ja não consigo lembrar sinal que a memória,começa falhar.
Lembro bem ainda da Solange,esposa do Jeca,.do Dr Plinio, pediatra em Curitiba e da Tia Mariquinha no Riozinho, que recebia sempre a visita do Miguel nos finais de tarde, guiando o Jipinho do seu pai.
Daqueles funcionários do meu tempo de farmácia,lembro ainda do Antonio Cordeiro, irmão da Mery e da Mirian, minha amiga do Duque de Caxias.
O Admir irmão do Abnel Soares, que era locutor da Difusora. Amilton Colaço,irmão do Toti, que mais tarde se tornou Prefeito da nossa cidade,assim como foram também Prefeitos, seu Pessoa, professor Rosinhas,Dr Fornazzari e Dr Zanetti.
Lembro vagamente do Waldomiro Castilho, pai da Walquíria, que tinha uma casa lotérica.
E da família José Zeni,lembro bem da dona Olga da casa Santa Maria e do Raul Zeni, no Duque de Caxias.
Certo dia logo no inicio, o telefone da farmácia tocou e fiz de conta não ouvir,então seu João gritou:
Você ta surda menina?
Desci rapidamente da banqueta,onde tirava as notas dos blocos de vendas,e fui atender o telefone, com o coração aos pulos.
Colocando o aparelho no ouvido, jamais imaginava, que iniciava ali naquele lugar, o preparo pra minha futura profissão de Telefonista.
Conheci e convivi com pessoas simpáticas como os Trevisan,Varella,Primo Araujo, talentoso artista plástico, que retratou com amor nossa Irati em suas telas.
Mirzinho,irmão do Almir e o Mestre Orreda,que passava quase todos os dias cumprimentar á todos e bater um papo com seu João Pessoa.
Dona Elza Varella, esposa do José, pais de numerosos filhos, entre eles Berenice e Herculano, que costumavam cantar em dupla nas festinhas do Duque;lembro de uma delas:
´´Linda morena lá de Lisboa o meu carinho quero te dar (Herculano)
Lindo moreno sou toda sua desde o dia em que te ví,eu vivo pra te adorar...(Berenice)´´
Lembro ainda do seu Antonio Carvalho, o pai do Luiz Alberto, do Nélio e da Lucy.
Sempre elegante e gentil ao cumprimentar, segurando a aba do
chapéu.
Da minha amada professora de música,Rosemary Lopes, que sempre me colocou pertinho dela ao piano,nas aulas de música,onde se destacava sempre a voz do Luiz Alberto, que cantava feito um rouxinol.
Do Jeremias Neves, o pai da Rosilda, Ronilda e do Ronaldo.
Do Dr Tico Lopes, o filho da dona Senhorinha e irmão da Rosemary.
E também do Angelo Biacchi Sobrinho o ''seu Nininho, de quem meu avô era cabo eleitoral (nas eleições) .Era esposo da dona Abla e pai da Marinice,da Velda e da Mariangela.
O Hamilton Kominski ainda solteiro,despedaçando corações com sua beleza... lembro demais.
E foi assim, que conheci a minha segunda família...
Quem sabe passei desapercebida pra eles,não representando o muito que representaram pra mim, pois foram tantos os que por lá passaram, diante dos meus olhos.
A tristeza maior, aconteceu naquele plantão da farmácia,num final de tarde de domingo,quando seu Pessoa nos deixou,não sem antes, convocar um dia antes, todos á postos, no plantão daquele domingo,como se pressentisse algo e quisesse todos por perto,na hora da partida.
Naquele final de ano de 1963, quando nos despedimos dele, na Igreja Matriz,lembramos que um ano antes, dali da farmácia, acompanhamos todos emocionados a noticia da morte da Marilyn Monroe e depois, em novembro de 63 o assassinato do Kennedy.
E agora a farmácia fecharia, e encerraria assim, sua marcante história naquele local.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 05/03/2017 às 17h58
05/03/2017 12h55
Da farmácia Pessoa
Acabara de completar 16 anos, quando minha irmã Darli, foi convidada pelo Jeca Pessoa, pra trabalhar na Farmácia do pai dele.
Sem jeito de dizer não,mandou-me em seu lugar, e então lá fui eu me apresentar, tímida e encabulada, pois,até então, só sabia fazer macarrão caseiro ou ''de casa como, se costumava falar.''
Logo de cara ''seu Pessoa'' me perguntou o que sabia fazer,e fiquei sem jeito em lhe dizer que ''não sabia fazer nada.
Ele me olhou de uma forma, como quem diz:
-Vamos ver menina!
E generosamente, me aceitou pra fazer parte daquela equipe, comandada pela Marica,a mãe do Dino Alberto e esposa do Rato Branco, goleiro do nosso azulão do coração, <Iraty Sport Clube>
Logo fui incumbida, de "tirar as contas"ou seja, como seu Pessoa vendia pra pagar depois, tudo era anotado num bloco, e no final do mês lançado pra cobrança dos devedores do "fiado''
O restante do tempo, ficava na caixa registradora, para aprender, ou no balcão atendendo, pra pegar "experiência"
Só não atendia o telefone, porque não sabia mesmo atender.
Nunca tinha visto um de perto até aquela idade, e isso me assustava, toda vez que tocava, ficava rezando, pra não me mandarem atender.
Até que um dia, o inevitável aconteceu.
Estando sozinha atendendo o balcão, tocou uma vez, fiz de conta que não escutei, tocou duas,três ou mais vezes e "Seu Pessoa então gritou:
- Você tá surda menina?
Foi essa minha primeira vez de telefonista, pois dali mais tarde, ao fechar a farmácia, saí pra trabalhar na Companhia Telefônica de Irati,tendo como telefonista chefe dona Joana Michalack,a tiada Claudete Terezinha de Cristo, irmã do Mario.
Tudo isso aconteceu em 1964.
Ano em que, foi implantada a Ditadura Militar no Brasil.
Quando chegava pra cumprir meu horário de trabalho na telefônica,lá estavam os militares, operando no PABX,enquanto nós telefonistas, ficávamos aguardando vencer nossa hora de serviço, pra cumprir o horário.
Foi um longo e difícil período aquele, de incertezas no dia de amanhã, gerando violências e perseguições a quem se manifestasse contra o Regime.
Muitos pagaram com a vida, pra que pudéssemos continuar vivendo, com o direito de Ir e Vir.
Livres!
Passado alguns meses, já estava familiarizada com o ambiente da farmácia, tão diferente do lugar de onde eu vinha.
As pessoas eram gentis comigo e isso me encorajava a prosseguir,mesmo sabendo que deveria me dedicar muito, até saber ''ler as letras dos médicos'', quando alguém chegava com uma receita do Dr.Fornazzari,Zanetti,Renato,Vantroba ou Farid.
Após um certo tempo, aprendi aplicar injeções e até mesmo, já manipulava algumas fórmulas,orientada pela Marica, irmã da Cacilda da livraria Martins .
Todo final de tarde, aparecia por lá um anjo chamado Ângelo Baggio, que morreu ainda tão jovem e irradiava uma luz, que emocionava á todos.
Acabei gostando tanto de trabalhar naquele lugar, que fiquei muito desorientada, quando a Farmácia fechou, depois que ''seu Pessoa foi embora,naquele final de domingo, em que, todos juntos trabalhamos a seu pedido, naquele plantão, como se previsse, que seria a ultima vez.
Por volta das 5 horas, veio a noticia do seu inesperado falecimento, e diante daquela realidade,ficamos sem saber o que fazer.
Lembro porem, que coube á mim e a Terezinha Lopes, a filha do "seu Maurilio, ir dar a trágica noticia ao seu filho Miguel, que estava no Cine Central.
E a partir daquele dia, nunca mais aquelas portas se abriram naquele local.
Sempre fui bem tratada por aquela família Pessoa.
Almoçava diariamente junto com dona Matilde e o seu João.Eu que era só uma ''aprendiz de atendente, recebia da parte de todos muita atenção, por isso, essa convivência diária me permitiu conhecer seus amigos, como o Romeu Crissi, Mirzinho,Professor Rosinhas, que alem de ter sido Prefeito da cidade, era talentoso pintor, das nossas lindas paisagens.
Professor Orreda,nosso querido mestre, que viveu todos os anos da sua longa vida, derramando poesia sobre nossa Pérola do Sul.
Era ainda bem jovem nessa época, o nosso Mestre Orreda, porem só bem mais tarde, nos anos 90, tive a oportunidade de rever, ao visitar o Núcleo, a convite da prima Doraci Elias.
Então pude finalmente dizer, ao apertar sua mão, que tinha muito orgulho de ter nascido numa cidade,que era tão cantada por ele, em verso e prosa.
Dei á ele uma tela pintada pelo meu esposo Ronaldo,em troca ganhei uma fita de VHS do desfile do cinquentenário de Irati.
Por tudo isso que vi e vivi,agradeço a grande Família Pessoa, pela oportunidade de um dia, ter sido parte integrante na farmácia,que me permite dizer hoje:
- Foi a minha segunda família, sem dúvida alguma.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 05/03/2017 às 12h55
01/03/2017 20h37
Doce amargura
Sempre gostei das musicas'' doroberto'', pois me acompanharam pela vida afora,marcando fatos importantes da caminhada.
Antes porem dele existir, existiu alguém que venero suas musicas:
Alguém que preencheu todos meus momentos de deleite,e ate hoje, amo ouvir suas canções, que ainda embalam sonhos e esperanças.
Moacir de Oliveira Franco.
Surgiu no inicio dos anos 60,aquele jovem mineirinho franzino,com dois filhos a tiracolo:Junior e Guto.
Perdera a esposa ainda muito cedo, tornando-se ‘PÃE’, mas nunca deixou de cantar e encantar ate hoje.
Sua voz romântica me elevava nos momentos de solidão, me fazia companhia...
Seu sorriso franco, como seu nome, me encantava e encanta ainda hoje.
...''Pobre Elisa,Querida, Distante dos olhos, Eu nunca mais vou te esquecer,Ninguém chora por mim.
Meu amor o tempo e o mundo, Seu amor ainda é tudo.
...Suave é a noite, distante dos olhos,Eu amo tanto tanto, A rosa
Luzes da ribalta, Balada das mãos,Canção de ir e voltar, Canção da volta,Canção do fim
...Contigo aprendi,A música do meu caminho, Memórias de uma canção,Eu te darei bem mais
Zíngara ,Que será de ti, Nosso primeiro amor, Te amo mas adeus
Balada numero 7, um hino em homenagem ao Mané Garrincha,o pequeno grande jogador das pernas tortas.
Moacir Franco
Enlevo pro coração, voz que aveluda a alma!
Enquanto ele existir, existirá romantismo,sua voz me segue até agora
... Pelos caminhos da vida.
Nunca alguém tocou minh'alma com sua voz, como ele
O MOA...
‘’NO PEQUENO MUNDO QUE ACABOU.A DOCE AMARGURA PERDUROU.
A SUAVE É A NOITE EMBALOU MEUS SONHOS DE JOVENZINHA, QUE AINDA ACREDITAVA NO AMOR’’.
Que nunca passou.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/03/2017 às 20h37
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