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01/02/2017 20h06
Meu nome
Um dia perguntei á minha mãe:
Quem escolheu o meu nome...
Fui eu,respondeu-me ela.
Fiquei curiosa,quis saber por que
Ela então, contou-me comovente historinha,que no final
revelou um gesto grandioso.
Quando solteira, tinha uma grande amiga muito querida,,esperando um filho.
Era o tempo da Segunda Guerra,e o pai da criança fôra convocado pra Marinha
Porem,quando estava prestes a embarcar,chegou a noticia do nascimento da filha, e que por isso,foi dispensado de partir.]
Segundo ela,foi sua sorte não embarcar naquele navio, que veio a naufragar, sem sobreviventes.
Sua filha recen- nascida, o salvara no último instante.
Seu nome era Mirian ...o mesmo que minha mãe me deu..
Fiquei por instantes refletindo sobre esse fato, e cheguei a conclusão de que:
nada nessa vida é por acaso.
E Deus continua escrevendo certo por linhas tortas.
Se aquela criança nascesse um pouco mais tarde, já nasceria orfã,e eu quem sabe, não receberia esse nome.
Obrigada por ter escolhido esse nome, mãe querida, o nome de alguém que salvou a vida de outro alguém.
''As lembranças são tantas,que escorrem como favo de mel;
e a maior e mais dôce delas
é a figura da mãe querida, ''trançando meus cabelos''.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/02/2017 às 20h06
31/01/2017 22h35
É doce nascer em Irati
Porque?
Uma cidade que traz no seu nome,o significado rio de mel
só pode ter doçura e beleza em seu esplendor.
Ali nasci ,num longínquo 20 de março de 1946,sendo a segunda filha na ordem de chegada
Filha de pai amante da musica, dele herdei desde muito cedo o gosto musical, e pequena ainda, cantava na radio Difusora de Irati,em cujo palco subia sem nenhum embaraço e cantava feito uma cotovia
O cinema local do seu Wasileswski, também me viu e ouviu cantar, nos eventos comemorativos, fazendo parte do coral ,que acompanhava o Adriano Trevisan, de saudosa memoria.
As ruelas, as calçadas e as enchentes do rio das antas, trazem doces lembranças de um tempo, que ainda se podia andar de pés no chão, sem discriminação.
O grupo escolar Duque de Caxias,minha primeira professora, Avani Martini,que me fez chorar um dia, por não saber soletrar o '''a-e-i-o-u de trás pra frente''.
Quantas saudades.
Da minha amiguinha Gladis Bini,que me levava chicletes de bola americana no recreio,me deixando tão feliz,pois não tinha muitas vezes,dinheiro pra comprar uma merenda na cantina, e as vezes ate levava leite de magnésia, pra adoçar a boca ,ao inves de uma balinha.
Da professora Rosemary Lopes, minha professora de musica, que me deixava faceira quando me colocava bem pertinho do piano, elogiando minha voz.
Do colega Luiz Alberto, que cantava feito um rouxinol a Aquarela do Brasil.
Doce fase de uma infância, repleta de sonhos cor-de-rosa.
Da farmácia Pessoa,do meu primeiro emprego e dos primeiros amores.
A juventude passando na beira da linha do trem,tentando imaginar,o que teria alem daquele horizonte?
Enfim, na saudade e na distancia, essa doce abelhinha desgarrada da sua colmeia, volta a ti pra homenageá-la doce e querida cidade que me viu nascer...
IR A TI EU QUERO SEMPRE...
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 31/01/2017 às 22h35
31/01/2017 21h58
Nascida a 20 de Março
Nascida num dia de outono, 20 de Março,um ano após acabar a Segunda Guerra Mundial,vim ao mundo, pelas mãos generosas da dona Negrinha Amaral,uma bondosa senhora,que com muita dificuldade pela idade,veio auxiliar no meu nascimento.
Assim,pela primeira vez, pude ver a luz do mundo,amparada por suas mãos já tão frágeis,que mal conseguiam aparar, aquela criança rechonchuda,naquele pequeno cômodo de parede e meia numa meia-àgua, com os tios Ana e Valdemar,segundo contava minha mãe.
Minha primeira atitude, diante do mundo novo que me aguardava,foi o choro,num misto de alegria e tristeza, por deixar o aconchego juntinho á mãe, e enfrentar a vida que se descortinava a minha frente.
Era a segunda filha daquele estranho casal,pois ambos ja eram casados quando se conheceram.
Ao separarem do primeiro casamento,se uniram entre si,ou melhor,minha mãe trocou o primeiro esposo por meu pai,,e meu pai trocou a primeira esposa por minha mãe, que ja tinha uma filha, justamente daquele que veio a ficar com a primeira esposa, daquele que viria ser mais tarde o meu pai.
Não sei se houve amor nessa união, ou foi por puro revanchismo,só sei que essa historia sempre me intrigou a vida toda.
Mesmo assim tiveram 8 filhos,e mais a enteada do primeiro casamento dela,minha irmã Darli,carinhosamente chamada Lili.
Talvez com a minha chegada na vida deles,esperassem um filho homem,entretanto, cheguei e fiquei a espera do que a vida podia me oferecer.
Essa mesma vida que aprendi,ora amarga,ora doce,como um favo de mel que escorre entre os dedos,fazendo brotar no coração, a certeza de que,por mais madrasta que seja vida, sempre haverá um lugar pra esperança,um raio de sol a nos esperar no final do arco-íris,como um caleidoscópio,
girando,girando
até o final da existência.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 31/01/2017 às 21h58
30/01/2017 21h02
Memórias de uma abelhinha de Irati
Diante de uma folha em branco,um mundo de palavras se descortinam em nossa mente,e quantas coisas se pode escrever,num momento de solidão
Os dias passam,as horas passam e as noites torna-se intermináveis,como intermináveis são as divagações...
São lembranças desde a infância,até o apogeu da velhice,que movem esse desejo de tornar as palavras cravadas na mente, como numa concha no fundo do mar.
Da infância até a velhice, se estende uma longa ponte invisível,no túnel do tempo.
Recordações vão jorrando feito mel, que escorre lentamente do favo,ora adocicadas,ora menos doce,desaguando toda na velhice,o ultimo estágio.
É necessário escarafunchar os fatos,item por item,pra que nada se perca,quando o assunto é:
Nossa Vida...
Todos tem suas histórias de vida,do nascer ao morrer,com os altos e baixos,risos e lágrimas,dores e desamores.
Quando muito pequena,era por demais calada, por certo observava o mundo
na expectativa do que haveria de vir na mocidade.
O aconchego do lar modesto,muito contribuiu pra tanto mutismo
Por não haver muito a observar ou admirar e muito menos esperar,diante da pobreza extrema,com mil carências e nenhuma chance de mudar.
Sentada junto a tosca mesa de madeira bruta,observava o vai e vem dos pratos rasos esmaltados,com a indiferença de quem nada entende da necessidade de dividir um ovo ao meio,repartindo com mais alguém.
Num dia assim chuvoso,nariz apoiado na vidraça,olhava a chuva cair,sem parar,entre ventos e raios, estremecia de medo,mas agarrada a saia da mãe querida,nada temia,,sentia a segurança de um barco no ancoradouro.
Nas noites de insônia,com medo do bicho papão,agarrada à chupeta de borracha, que assoviava,ficava mastigando até o medo passar, numa forma de proteção e o medo passava.
Porem um dia o assovio desceu goela a baixo,causando transtorno e medo aos pais,que com precisão mandavam também, goela a baixo,colheradas de azeite, pra expelir o pequeno objeto.
Era tão grande a necessidade daquela chupeta, que demorei a deixá-la.
Só o fiz,quando me foi prometido ganhar do papai Noel,uma sombrinha no dia do Natal.
Essa separação foi sofrida,passei aquele ultimo dia agarrada a chupetinha,como se fora a despedida de uma amiga inseparável.
Sofreu...doeu...passou
Foi a chupetinha e ficou a sombrinha
Foi uma troca justa ,ou seria apenas pretexto, pra me separar de algo que mais gostava.
Tive também momentos alegres e musicais, ao completar meus quatro anos...
Fui homenageada com uma tocata,com direito a sanfona do ceguinho Tião irmão da Elza, que casou mais tarde com o Ubaldino,o filho da Nha Davina e irmão do João Maria polenta fria,como chamavam a criançada.
No cavaquinho Seu Lóca,o pai do Luiz Mico.
E no clarinete,meu pai.
Que festança...saracoteei e até ensaiei uns passos de dança,na inocência que só as crianças trazem consigo.
Foi minha primeira e única festa naquela fase da vida,agora distante.
Por volta dessa idade,a morte me rondou pela primeira vez, quando ao passar debaixo de uma cerca de arame na pedreira, dentro de uma gaiota eu e minha irmãzinha Lili.
Ao avistar a vaca furiosa vindo em nossa direção,mamãe puxou rapidamente a gaiota e ficamos agachadas e por um triz, não fomos atingidas pelo arame farpado, pra fugir do animal.
Agachadas ficamos,enquanto o arame farpado nos ameaçava.
Foi por um triz...
A partir daí as lembranças começam a pesar, ficam mais sofridas, como o acidente na fabrica do seu Aleixo,sendo jogada em meio as correias. Só a vida me salvou da morte certa.
Tempos depois, numa tarde morna e abafada, correndo em brincadeiras, fui alcançada e mordida na perna, pelo cão chamado jipe do Zé sulino, pai do Mano e Maninho, dupla cantante da difusora,
Começava ali uma longa peregrinação em busca de medicamentos na Farmácia do Vico, que sempre brincalhão aplicava –me as injeções em volta do umbigo dolorosamente.
Pra compensar tantos dissabores passei a cantar também na Difusora aos domingos no programa Atrações Mirins.
Alem disso, acompanhava meu pai nos bailes de carnaval do Clube do Comercio, onde ele tocava pra ganhar uns trocos extras, depois de um dia cansativo como carpinteiro e pedreiro da Prefeitura de Irati, Ainda tinha fôlego e disposição pra música.
Era compensador, receber e agradecer ao café Irati e as palmas do auditório, naquele presente tão útil ,que levava com carinho pra casa,, pra entregar a minha mãe,que me escutava pelo radio da vizinha.
Vez por outra, recebia uma entrada pra matine do cinema e mais feliz ...ainda mais se o filme era com Elvis Presley,,meu amor platônico
Certa ocasião, ao invés de ficar na platéia,, subi ao palco do Cine Central, pra fazer o coral do seu Adriano Trevisan,cantando seu Chuá Chuá...
Foi e continua sendo a lembrança mais incrível de toda minha vida, por que aquela menininha chamada de mudinha, se superou e desafiou sua própria coragem ao enfrentar uma platéia que lotava os domingos na Difusora Iratiense.
Atrações mirins era comandado pelo Santoro Neto, mas foi das mãos do seu Alfredo leite, que ganhei o meu primeiro troféu em forma de um disco, que guardo te hoje com imenso carinho.
Ao cantar o Filme triste, jamais imaginaria como seria a vida a partir dali,afinal meu mundo era ali, entre aquelas montanhas e campos verdes.
Desconhecia no vai e vem do trem, outras cidades e sentada a beira da linha, ficava a imaginar, como seria o mundo no final daquela linha ,que se perdia na curva.
O apito que ecoava naquelas curvas, pareciam anunciar uma promessa de nova vida,longe dali
Mas, como se desgrudar da cidade que nos viu nascer, sem sofrer?
E aconteceu então, a descoberta do primeiro amor,e com ele, a decepção causada pela diferença de classes sociais.
Pra compensar, houveram amizades compensadoras no primeiro emprego, que me foi oferecido na Famacia Pessoa.
Inexperiente, sem ao menos saber atender um telefone, fui jogada na arena da vida, pra aprender que na vida ,quanto mais difícil é o aprendizado, mais saborosa será a vitoria
E assim fui, vi e venci ,com a ajuda de duas amigas, que não posso deixar de citar seus nomes, pois muito me ajudaram , estendo-me a mão.
Marica e Terezinha Lopes
Com a separação dos pais coube a mim como filha mais velha amparar e ajudar na criação dos filhos menores 8 ao todos.
Sendo então já uma telefonista da Cia telefônica, fica aqui um registro pra dona Joana e a Charlotte, que muito me ensinaram, na abnegada profissão e da qual, somente saí com transferência, pra Curitiba.
Um novo horizonte se descortinava a minha frente,mas era assustador o novo mundo que se abria, dada a diferença enorme, entre a capital e uma cidade pequena do interior;como a minha Pérola do sul.
Após curto período de adaptação, voltei buscar a todos, trazendo na bagagem somente a roupa do corpo e a confiança em dias melhores, no coração.
Foram longos e árduos os dias que se seguiram na trajetória, que durou mais de 40 anos em Curitiba..
Menos de um ano, minha mãe quis voltar pra Irati,por não se acostumar na capital,então fui despedida da Telepar ,por não poder mais ser transferida..Diante disso, minha mãe resolveu ficar, e recomeçou pra mim nova batalha, a procura de um novo emprego..
Começou a longa busca por novo trabalho, e algumas vezes, fui a pé por não ter dinheiro pro ônibus.
Arrumei outro como telefonista, que durou pouco, após perder a voz ,acabei perdendo também o novo emprego.
No ultimo dia do aviso prévio, estava chorando baixinho, quando apareceu um anjo em forma de mulher, e me consolou dizendo que me ajudaria a achar outro.
Dito e feito, ela me conduziu pra trabalhar nas lojas HM,,na época uma potência em todo Brasil.
Foi ali na HM,que conheci a melhor amiga de todos os tempos,por ter me levado a conhecer o mar, pela primeira vez,numa excursão a Guaratuba, com uma turma de amigos japoneses, como ela.
Foi uma amizade tão duradoura, que permanece ate hoje, após tantos anos.
Foi trabalhando como telefonista da HM, que, incentivada pela dona Lourdes minha chefe, voltei a estudar, fazendo o segundo grau,30 anos após ter feito o primário no meu querido Duque de Caxias.
Ali também conheci a oportunidade de um novo amor, que morreu junto com a rosa que me deu e não vicejou.
Após um desgaste emocional, perdi a voz novamente, e fui aconselhada a operar as amígdalas,mas de nada adiantou e o resultado foi perder o emprego mais uma vez.
Novamente, recomeçou a batalha pela sobrevivência.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 30/01/2017 às 21h02
30/01/2017 20h49
Quem sou eu (experiência única)
Nem eu mesma,sabería dizer exatamente como sou.
A expressão:
Conhece-te á ti mesmo, sempre norteou minha vida.
Sempre conviví, num mundo de pessôas conflitantes ao meu redor.
Diante,de um mundo sempre em conflito, semeando guerras ideológicas,racistas e religiosas,.acho que nunca me abalei muito, com tudo isso,, por ter plena convicção de quem sou e do que faço.
Não alimento sentimentos negativos, que poderiam prejudicar-me mais a mim mesma, que aos outros.
Sabemos que as doenças se originam disso, ou seja,:
se projetamos á alguem algo ruim,ele se reparte e nos atinge tambem.porque partiu de nós mesmos...
Sei que não existe perfeição nos sêres humanos,portanto não sou perfeita, tambem.
Mas louvo em mim ,sem medo de errar, a generosidade que Deus colocou em meu coração.
Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 30/01/2017 às 20h49
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