02/08/2017 20h00
O primeiro dia do resto da minha vida...
Foram anos de sacrifícios em beneficio de alguns... Despojamento total Esqueci de mim... 20 anos de Rei David,morando ali não senti os dias,as horas e minutos de doação total. Quando ali cheguei 20 anos atras,trazia no coração a esperança de ser feliz,de enfim ser feliz,como um naufrago cansado, procura de um porto seguro,,trazia na bagagem o que mais pesava: Era o agradecimento á Deus por um lar,um abrigo. Foram anos dourados de sol,de risos fáceis e de fé na vida. As marcas do passado foram pouco a pouco cicatrizando Lentamente,uma a uma. Os dias nebulosos,agora clareavam,dando lugar aos raios de sol O meu amigo sol... A chuva no telhado, soava como musica aos meus ouvidos e até as dore,s pareciam já não doer tanto como outrora. Tudo era paz e encantamento em meio a balburdia do dia a dia . A sensação do dever cumprido, compensava o cansaço, e ate as dores físicas tão inevitáveis De repente tudo mudou... Foi como se os raios do sol amigo, fossem enfraquecendo e neles minhas forças também. Já nada mais era como antes,passei a me sentir como um trapo velho, daqueles que depois de muito uso, perde o valor. Coisas da idade... Ao parar pra me buscar, não mais me achei Senti demais... Depois veio o traumatismo, o coração a doer num doer lento,castigado,machucado. Vontade de gritar ao mundo: - Onde foi que eu fiquei? Em que instante da vida, me perdi de mim mesma? Tarde demais pra tentar me achar...precisava seguir em frente partir em busca de novos horizontes,olhar e sentir o mar, que ali está, sempre disponível ao meu olhar. Foram -se os 20 anos de moradia na Rei David. Agora é a hora do recomeço, nesse pedacinho de paraíso que Deus me reservou,como recompensa pelos anos de dedicação,abnegação e despojamento. Coincidentemente escrevo no mesmo dia em que completo 31 anos de casamento. Um casamento marcado pela mão do destino,com altos e baixos e pitadas de trágicas tragedias Nem bom,nem ruim. Aceitável e durável contudo Dele resultaram duas vidas, que foram a razão da minha luta em todos esses anos de solidão.
Antonina:11:45 05/10/2015 Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 02/08/2017 às 20h00
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