Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
01/08/2017 18h48
Passando a vida a limpo

A vida me encharcou de lágrimas, que o sol sempre secou com seus raios fulgurantes escondido no horizonte  mas prestes a aparecer de repente, a qualquer momento...

As lembranças são tantas, que escorrem como favo de mel e a maior e mas doce delas, é a figura da mãezinha querida ,trançando os meus cabelos..

Ao passar a vida a limpo,a primeira lembrança quando cheguei em Curitiba, foi a Rua Maximino Zanon, no bairro do Bacacheri.

Fiquei encantada com a Cidade Sorriso, que só conhecia através da voz do Dirceu Graeser,no programa Favoritas da juventude, nos anos 60.

Fui acolhida pela família Santos Loro.

Como um naufrago em busca de abrigo e proteção,vi um novo mundo que se descortinava diante dos meus olhos...

Aos 18 anos, enfrentava pela primeira vez um mundo hostil, ate então desconhecido, longe da mãe querida ,que era todo o resumo da minha vida.

Por desconhecer a cidade grande demais, quando cheguei em Curitiba precisava ser levada pela irmã Darli, todos os dias pra Telepar, ate aprender o caminho do ir e vir, sozinha.

Não conseguia entender, como as pessoas conseguiam andar naquele vai e vem,sem se perder...

As ruas pareciam todas iguais,dai ate me acostumar com o movimento de carros e pessoas, foi angustiante.

Pensei em largar tudo e voltar pra minha cidade amada, tão acolhedora,mas a lembrança da minha mãe,esperando que a buscasse,me dava força pra continuar

Sozinha, ela não tinha condição financeira,era preciso que me adaptasse logo,pra então busca-la.

Foram noites insones,me debatendo entre o ir ou ficar, não tinha escolha.

Então um dia me decidi e voltei preparada, pra fazer a mudança da vida dela e da minha também.

Foi num final de tarde que cheguei em Irati,,passagens de volta pra todos na mão e com muita coragem pra trazer todos comigo.

A partir dali, me tornaria responsável por todos eles,custasse o que custasse.

A caçulinha tinha só seis anos,e assim me tornei um pouco sua segunda mãe .

O mais velho já tinha saído de casa há muito tempo,e assim me tornei arrimo da família.

Sem querer...

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/08/2017 às 18h48

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