23/07/2017 09h04
O acidente fatal...
Corria o ano de 2008 A família e os projetos de trabalho seguiam equilibrados até que naquela fatídica noite de Agosto,uma tragédia veio se abater sobre nossa família Ao terminar um namoro,meu filho Victor Hugo foi visitar seus primos no bairro próximo,e lá enturmado bebeu junto, e ao voltar dirigindo, antes de chegar em casa atropelou uma pessoa que veio a falecer. O desespero tomou conta de todos e ao correr pro local, minha primeira atitude foi me ajoelhar no asfalto e pedir á Deus que não deixasse ninguém morrer. Meu filho saiu ileso mas o pobre senhor não resistiu. Apesar de todo socorro,não se salvou e levou junto com ele uma parte de mim. Foi a maior catástrofe de toda minha vida, eu que ja provara tantas dores,como abortos, acidentes, assaltos e sequestros,enfrentava mais aquela que por certo,era a maior de todas. Jamais esquecerei aquela madrugada de desespero e dor. Foi julgado e condenado,e pelo fato de não se evadir do local e tentar socorrer a vitima, pagou a pena em liberdade,prestando serviço comunitário a sociedade por 5 anos longos anos. Sempre lhe dizia quando saia dirigindo aquele carro que tomasse cuidado e que se algo acontecesse, nunca fugisse da responsabilidade de ajudar alguém e assim ele fez por me ouvir,porem a dor da perda foi inevitável. Os primos que estavam juntos na bebedeira sumiram,comprovando assim a responsabilidade deles no acontecido, mas Deus diante das minhas preces me concedeu o milagre de no dia do julgamento ele ver o jovem filho da vitima se aproximar e dizer-me que perdoava o meu filho. Esse Deus da Bíblia,que conheci após tantos anos de procura, encontrei assim, no sofrimento maior. Nasci católica,herdando da minha avó sua religiosidade,me tornei espirita como meu pai que nos levava ao Centrinho de Asa da dona Chiquinha, mas só na velhice me encontrei com a verdadeira fé que salva e liberta, encontrando alento pro coração. Toda mãe que perde um filho num acidente é digna de compaixão e solidariedade pela sociedade, mas ninguém pode imaginar o que é a dor de uma mãe cujo filho é o atropelador e tira a vida de alguém num acidente fatal. Passamos a ser vistas como co-autoras, e muitas portas antes abertas se fecham, como uma exclusão punitiva. Essa mãe, que se debate em dores pelas perdas, não é vista com bons olhos pela sociedade, que no fundo a culpa pelo erro cometido pelo filho, embora no dia do acidente, por intuição, tenha pedido ao filho que não saísse. Assim aconteceu comigo,muitas costas se viraram,como repudio pelo que aconteceu Busquei forças pra continuar vivendo em Deus,e apesar dos pesares, meu filho que sempre foi um bom rapaz, mas que naquela noite estava em péssima companhia,se reergueu,continuou estudando e trabalhando durante todo o Processo. São nesses momentos que me considero uma fênix,renascendo das cinzas Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 23/07/2017 às 09h04
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