Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
17/07/2017 12h38
O piano...

Olhando esse piano de agora, me vem as lembranças adormecidas de um passado tão distante e ao mesmo tempo, parecendo tão próximo.Era comum nas noites Iratienses perder o sono, mergulhada em tantos problemas que afligem a maioria dos jovens adolescentes.

Ficava então deitada,e de olhos arregalados deixava a imaginação navegar livremente a vontade, buscando coisas e lugares que achava jamais poder conhecer e possuir um dia.

As carências daquela época de pobreza eram muitas, mas a imaginação não se prendia a elas e voava livremente, em busca de coisas que aquecesse o meu coração.

Ficava imaginando um lugar em qualquer parte de Curitiba, que ainda  eu não conhecia e dentro dele,uma ampla sala, onde no centro ficava um piano. Chegava devagarzinho e sentava diante dele pra tocar, sempre acompanhada do ídolo maior da minha vida Roberto Carlos. Na minha imaginação, era ele o meu namorado e vinha sempre me fazer companhia, tocando suas canções pra mim.

Quanta imaginação...

Embalada pelos acordes imaginários adormecia, pra voltar a repetir de novo no outro dia, pro sono logo chegar.

Passados alguns anos, a vida me conduziu pra Curitiba e qual não foi minha surpresa ao passar em frente ao Colégio Estadual,vi aquela casa, onde minha imaginação me levava pra tocar piano.

A surpresa maior porém, aconteceu com a chegada desse piano na minha vida,inesperadamente,como se fosse uma encomenda depois de tantos anos.Fiquei feliz com o presente, porém nunca aprendi tocar,embora tente ate hoje e apesar de ser filha de um musico, tenho me contentado em admirár, esperando quem sabe um dia, que venha quem sabe um descente e toque pra mim uma linda canção do Roberto.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 17/07/2017 às 12h38

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