Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
01/04/2017 22h01
A sombra do pessegueiro

 

 

 

No chão salpicado de flores a sombra do pessegueiro,costumava contemplar as formiguinhas ao redor do formigueiro e ficava assombrada ao ver como o tamanho das folhas carregadas, era desproporcional a miudeza delas.
Num vai e vem elas se cruzam e se tocam,como numa saudação encorajadora.
Essa forte lembrança das formigas,ficaram pra sempre gravadas debaixo daquele pessegueiro,no fundo do quintal
Ao longe, uma sublime nota musical rasga os céus das minhas lembranças:
É a hora da Ave Maria... 
E olhando o céu se preparando pra receber o véu da noite, procuro pelas nuvens em forma de figuras, que se transformam...
De repente, o apito de um trem, qual fera ferida rasga o silencio  e corro pra janela do puxadinho pra ver a Maria fumaça passar.
São doces memórias...reminiscências...
Desde cada pétala caída da flor até o ouvir do cri -cri dos grilos que quase impedem que ouça a voz doce da minha mãe,me trazendo a realidade num chamado pra jantar.
Sentada no tosco banco de madeira ao redor da mesa,ainda penso no vai e vem daquelas formiguinhas,na sombra daquele pessegueiro e penso se estarão ainda lá no dia seguinte,continuando seu trabalho.
À caminho da escola no dia seguinte,não vi ninguém me esperando na saída
Seguia pelas ruas tranquilas da minha cidade, levando na mala os cadernos encapados com a verde cor da esperança de que um dia seria como as formiguinhas,tão solidárias e amigas.

 

 

 

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/04/2017 às 22h01

Tela de Claude Monet
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