Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
15/03/2017 06h53
Dos kasprzacks

Sem dúvida, essa é a passagem da infância, que menos gosto de lembrar;
pois na minha inocência, acabei prejudicando meu pai e ofendendo uma familia, que sempre nos tratou bem.
Dona Albinha Kasprzack e seu Estanislau, bem como seus filhos Vádio,(Vadislau) Carontio (Carlos) e Luiz.

Aconteceu num dia chuvoso, quando minha mãe pediu pra ir fazer compras na caderneta e lá fui eu atravessando a cidade debaixo de chuva, levando meu irmão Ailton a tiracolo, pra me ajudar trazer as compras,que não eram muitas, mas pesavam pra uma criança....
Minha mãe ditava o que era preciso comprar e eu faceira ia escrevendo,porém, naquele dia, não sei porque cargas/dágua, eu virei a notinha das compras e escrevi atrás dela, o nome de todos da família e completei:
´´São todos da família do sapo estourado´´.
Pronto, tava feita a confusão,pois ao dar a nota pra dona Albinha, eu percebi que atrás estava escrito aquela bobagem e fiquei gelada, esperando que ela não virasse o papel,mas virou,leu e perguntou:
Quem escreveu? falei que fui eu.

E acabou tudo ali,a caderneta foi cortada e meu pai foi chamado ás explicações e eu,como não podia deixar de ser, apanhei de cinta Por sorte,logo conseguimos crédito novo no Armazém do Sabat, e eu adorei, pois era bem mais perto de casa, e num dia chuvoso, não me molharia tanto.Pelo que lembro essa foi a minha segunda travessura;pois a primeira foi no Duque de Caxias, num dia de revista de higiene e como eu havia pegado piolhos, fiquei com vergonha da revista da professora; e durante o recreio, arquitetei sair antes da revista e então, ao voltar pra sala de aula,passei a escrever um bilhetinho em nome da minha mãe, pedindo minha dispensa após o recreio.
Terminado o bilhete,criei coragem e fui até a mesa da professora entregar.
Ela me olhou desconfiada e depois de ler, me perguntou:
Foi tua mãe quem escreveu mesmo? já desconfiada ao reconhecer a minha letra.Sem vacilar respondi. Professora, a minha mãe não sabe escrever, por isso ela foi ditando e eu fui escrevendo.
Fui dispensada e corri pra casa,mas levei uma sova de chinelo, ao contar pra minha mãe

Fora isso tudo, dos tempos de escola, lembro que fiz um propósito:
de repetir de ano, só pra poder ficar mais um pouco de tanto que gostava de estudar.
Me esforcei pra não passar no dia das provas,mas qual o quê:
Acabei passando em segundo lugar, e até ganhei um lindo livro de histórias, junto com os parabéns da professora Isaura.
Assim fui eu em criança...
Uma menina muito calada, mas também muito atenta, pras coisas da vida. 

 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 15/03/2017 às 06h53

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