Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
08/03/2017 19h08
Agradeço ao café Irati e as palmas do auditório

 


Com essa frase, encerrava minha apresentação, frente ao microfone da Difusora cultural Iratiense, nas manhãs de domingo, no programa  Atrações Mirins nos anos 60.
SANTORO NETO e DOCA LEITE
... comandavam aquelas manhãs radiantes, diante de um auditório repleto e comportado, porem ávido por músicas...
Entre eles, lá estava sempre JOÃO MARIA RODRIGUES
... o locutor esportivo também comparecia no auditório, pra prestigiar os ''cantantes''.
VITÓRIA OGARITA, PRIMA TÉIA, DULCE MARTINI, MARIA GLACI, ALCIONE MARAVIESKI
... e ainda LUIZ ANTONIO (o corvo) que  gostava de cantar tango.

Que força estranha levava aquela jovenzinha tão tímida,a subir num palco e cantar ''Filme triste'' sua canção favorita?
Superação de si mesma quem sabe....
Ou talvez, a necessidade de ganhar um pacote do saboroso Café Irati, pra levar pra sua mãe.
Superando a timidez, superava tambem a pobreza do lar humilde, e acima de tudo, levava á sua mãe um presente com aroma de café, com a certeza do dever cumprido.
Vez por outra,lograva a mãe e ao invés de café, levava um ingresso pra matinê do Cine Teatro Central, pra ver, ouvir e sonhar com um filme do Elvis Presley, seu grande amor platônico.
Ah...  quantos sonhos ficaram aprisionados atrás daquelas cortinas, do cinema do ''seu João.

Das boas lembranças da juventude, essa fase dominical, no aconchegante auditório da Difusora, é a que mais me encanta, ao rever na tela do tempo, pessoas tão queridas como o 
´´SEU ADRIANO TREVISAN.´´
Sempre sorridente, chegando em sua bicicleta, nos ensaios de sábado á tarde, sob o comando de ZÉ SULINO e PAULISTINHA, tendo BIDUCA no pandeiro.
Aos poucos chegavam os demais ‘candidatos'.
MANO e  MANINHO e sua irmã DEJANIRA,
que gostava de cantar ''O amor de Terezinha'', em homenagem á sua irmã 
TEREZINHA, grande sucesso do Carlos Gonzaga, na época.
Por lá pssou também o cantor TONY CAMPELO
Foi um sucesso mesmo sem a CELY. 
Quando cantou a música O CANÁRIO 
senti vontade de subir no palco e cantar junto, foi inesquecível...
Certa vez não ganhei nem Café Irati,e nem ingresso pra matine do cinema. 
Seu ALFREDO LEITE 
me premiou, com o disquinho 
''ALÉM DO NADA MAIS',' que guardo até hoje com carinho.
Nos ensaios ficava meia encabulada e quietinha, olhando os demais ensaiarem, até chegar minha vez.

Daí então tudo se transformava, aos primeiros acordes da música escolhida.Até minha madrinha JULIA 
pedia ''bis'' quando cantava a música que ela tanto gostava:
CANTANDO... 
gravado pela dupla´
RINALDO CALHEIRO E SILVANA.
De repente, chegava o MARCOLINO.
Era assim que chamava o MARCO LEITE, 
que ficava nos analisando, como bom observador que era.
Sua mãe, dona ARMINDA BENATO LEITE
também vinha ''olhar os cantores'' ficando a nos olhar por detrás dos óculos, com olhar de aprovação.
FLORA BEATRIZ 
sua filha, com suas covinhas ao sorrir no seu ar de menina-moça, também chegava.
A DIFUSORA da Sete de Setembro, fazia muito sucesso naquela época, com uma programação que agradava a todos os gostos:
Pela manhã, ALVORADA CABOCLA 
com SANTORO NETO, enchia os lares com o personagem hilário do Coronel TERÊNCIO; Seu DOCA também nos  trazia as noticias do dia,pela manhã.
Á tarde MARIA LUCI e MARIA ALALI,
nos brindavam com as
'DEDICATÓRIAS MUSICAIS, juntamente com a sonoplastia da
CARMEM SHUBALSKI e o ZÉ TRAMELA. 
No final do dia, antes da AVE MARIA, chegava o 
MARCO com músicas da BOSSA NOVA, que adorava escutar,principalmente quando ouvia Elizete Cardoso e Elis Regina,além de João Gilberto e tantos outros.
A noite chegava com SANTORO NETO, apresentando: MÚSICA E POESIA, em que trazia algumas participações dos ouvintes,neles me incluindo. 
Tudo isso e mais a radiofonização, de uma ''novelinha'' feita pela Professora ROSEMARY LOPES e ARMANDO PEREIRA, se não me falha a memória.
A parte esportiva era comandada por 
JOÃO MARIA RODRIGUES, que aos domingos estava sempre lá no auditório,incentivando os cantores mirins.
Eu sempre ia acompanhada da minha amiguinha 
ZENI, que mais tarde soube que casou com o 
PAULISTINHA,da dupla ZÉ SULINO E PAULISTINHA.

Tudo isso que cito,embora pareça maçante,fazem parte da memória desta abelhinha, que sempre fez parte dessa grande Colmeia,chamada IRATI.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 08/03/2017 às 19h08

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