Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
01/03/2017 08h26
Campinho do Gracia

DA PEQUENA JANELA, QUE FICAVA ATRÁS DO FOGÃO DE LENHA, PODIA VER A POUCA DISTÂNCIA O CAMPINHO DO GRACIA,ONDE TODO FINAL DAS TARDES DE DOMINGO TINHA O FESTIVAL DA JUVENTUDE LOCAL,COM BRINCADEIRAS E PASSEIOS AO AR LIVRE.
O QUE MAIS ATRAIA NO ENTANTO, ERAM OS AMISTOSOS JOGOS DE FUTEBOL  VARZEANO, BEIRANDO A LINHA DO TREM,ONDE A PIAZADA PROCURAVA DAR O SEU MELHOR,SONHANDO UM DIA QUEM SABE, CHEGAR AO PROFISSIONAL.
NÃO FORAM POUCAS AS VEZES, QUE DEIXEI DE SONDAR PELA JANELA, E SAIR PRA CONFERIR DE PERTO, QUEM ESTAVA JOGANDO E TORCER,  É CLARO PELO ISAL, NÃO SEM ANTES, PASSAR PELO QUINTAL DA NHA MARIAZINHA DO SEU DEOLINDO, OS PAIS DO QUINZINHO.
ELA ERA UMA BENZEDEIRA DE MÃO CHEIA, COMO ERA COSTUME FALAR E MORAVAM A BEIRA DA LINHA, ONDE TINHA UM ATALHO PRO CAMPINHO DO GRACIA.
SEU DEOLINDO,TAMBÉM ERA UMA PESSOA GENEROSA,POIS MESMO APÓS SER ATROPELADO PELA BICICLETA DO MEU PAI, NÃO GUARDOU NENHUMA MÁGOA E CONTINUARAM AMIGOS.
SE NAQUELE TEMPO, HOUVESSE PUNIÇÃO PRO CHAMADO BULING, MUITOS DE NÓS TERÍAMOS PROBLEMAS,POIS ERAM MUITOS OS APELIDOS.
MEU PAI MESMO, ERA CONHECIDO COMO GAMELA, ISSO SEM FALAR NO SEU ADÃO CADELA,MAIS FEIO AINDA.
MAS A VERDADE, É QUE SE FALASSE SÓ O NOME SEM O APELIDO, DIFÍCIL SE TORNAVA SABER QUEM ERA,COMO NO CASO DO BOCA QUE ATÉ HOJE DESCONHEÇO O VERDADEIRO NOME.
GERALMENTE NO GOL DO CAMPINHO DO GRACIA, ESTAVA O MELANCIA, CUJO NOME ERA JOÃO E TANTOS OUTROS, QUE SERIA IMPOSSÍVEL NOMINAR AGORA QUE AS MEMÓRIAS SE TORNAM MAIS FRACAS.
POREM, COMO BOA FISIONOMISTA, REVEJO O ROSTO DE CADA UM DELES, COMO O OSMAR MACHUCA,O IRMÃO DA MINHA AMIGA GENI, MUITO DISPUTADO PELAS MOCINHAS DO BAIRRO.
SOUBE DEPOIS,QUE SUA ELEITA FOI A IRMÃ DA MINHA AMIGA ALICE LEITE NEVES.
MUITAS VEZES ENCONTREI ALI, JOGADORES DO IRATY, COMO MANDO E TATA,SAGUI E GERALDO.
ALIÁS, ESSE ULTIMO ERA CONSIDERADO O SANDRO MORETTI DA CIDADE, TAMANHA A BELEZA E SIMPATIA.
TODOS ERAM CHARMOSOS,NÃO PERDIAM TEMPO NA PAQUERA, OU MELHOR, NO ´´FLERTE,´´COMO ERA CONHECIDO NA ÉPOCA.
POR VÁRIAS VEZES,FINGI NÃO ESCUTAR OS ELOGIOS COSTUMEIROS, COMO SE FOSSE PARECIDA COM UMA MICHELA ROC, DAS NOVELAS DE REVISTA.
QUANDO O DIA FINDAVA,E AS POUCAS RÉSTIAS DE SOL AINDA ILUMINAVA O CAMPINHO, SENTIA UMA MELANCÓLICA SAUDADE DO DIA QUE PASSOU, E APRESSADA VOLTAVA PRA CASA,PRA CONTINUAR ESPIANDO, OS ÚLTIMOS A SAÍREM DO LOCAL.
PERTO DO GRACIA, EXISTIA O BAR DO GREGO, E MUITAS VEZES FUI ATE LA COMPRAR ALGUMA COISA,SÓ PRA SER ATENDIDA PELO BOGDARIO,QUE ERA CHAMADO DE BOG.
ERA UM RAPAZ DE TRAÇOS FORTES,PRÓPRIO DA RAÇA GREGA, MAS QUE CATIVAVA QUANDO POR TRÁS DA CARA FECHADA, LARGAVA UM SORRISO QUE ME CONVENCIA A VOLTAR DE NOVO.
ERA UM AMOR PLATÔNICO CLARO, SÓ MEU,ELE NEM SEQUER IMAGINAVA, O PORQUE DE APARECER TANTO NO ARMAZÉM DO GREGO.
 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 01/03/2017 às 08h26

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras