Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
23/02/2017 19h17
Do primo Daniel

 

Primo Daniel...

Tambem parecia um anjo...
Emoldurava-lhe a face um sorriso perene e cativante, naquele seu corpo tão frágil.
Arrastava-se na lentidão dos passos, como se fora bem idoso.
Tinha um grave problema cardíaco e por isso,seu organismo era tão enfraquecido, mesmo assim, vez por outra, aparecia pra visitar vovó Catarina,mãe de sua mãe, Helena.
Chegava com aquele sorriso costumeiro, como se fora a pessoa mais saudável do mundo, porém não conversava muito, pra poupar fôlego de vida, que a cada dia se tornava mais difícil.

Certo dia,estava escutando uma música na nova radionete,''Férias na India, do cantor Nilton Cezar''quando Daniel apareceu e disse:
- Prima,troca comigo o Nilton Cezar pelo Agnaldo Timóteo?
De pronto aceitei a troca:
E nunca mais deixei de ouvir Timóteo cantando ''Os Verdes Campos da Minha Terra, numa homenagem á lembrança dele.
Meu primo Daniel quase um anjo, partiu tão cedo,após embarcar sozinho pra São Paulo, pra fazer uma delicada cirurgia no coração.
De onde jamais retornou...

Morreu sozinho...
Sem o conforto de um rosto amigo por perto, como indigente....
Mas com certeza, nesse momento, um anjo segurava sua mão,no lugar da mãe querida.
Existem pessoas em forma de anjo.
Elas passam pela nossa vida e deixam um rastro de lágrimas.
Outras deixam também lições valiosas, de coragem e amor á vida,como foi a vida de um anjo chamado Daniel.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 23/02/2017 às 19h17

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