Ela era certamente, a minha melhor amiguinha e juntas, íamos todos os dias pra escola.
Tínhamos quase a mesma idade,ela mais viçosa, eu muito mais franzina,quase igualava na altura dela.
Passava sempre em frente a casa da tia Maria e lá estava a Nena, como a chamavam,esperando a Nêne, como me chamavam também.
Ela sempre sorridente, contrastava com a minha timidez.
Aos domingos,costumávamos brincar no barracão do Aleixo,ao lado da sua casa, juntamente com a Vera Luiza e a Sonia Thomaz,filhas do ''seu Nêne Aleixo e da dona Vera.
Geralmente, as brincadeiras eram de amarelinha, esconde- esconde ou de 31 e lenço atrás.
Depois de muita correria, tia Maria preparava um lanche gostoso,com aquele pão caseiro crescido com fermento de batata,que dá água na boca até hoje, só de lembrar.
Do lado do pocinho de água, havia uma peça de madeira,onde se brincava de casinha,com direito a cuidar das bonecas e das panelinhas.
Sua irmã mais velha Ione,foi quem me presenteou com um lindo vestido ''godê'' azul marinho, com golinha branca,tipo gravatinha, bem no estilo anos 60, pra que pudesse me apresentar bem bonita na Farmácia,logo que lá comecei trabalhar.
Seu pai, meu tio João circuleiro, era uma pessoa calma e tranqüila, o oposto do meu.
Algumas vezes, por ser evangélico, tio João me levou junto à Escola Dominical da Igreja Batista,que ficava próxima ao Duque de Caxias.
Daqueles momentos, lembro-me que aprendi a cantar o hino do ''Zaquel pequeno quase um anão desejava ver Jesus. Então subiu numa árvore la,onde a rua ao mestre conduz’’
Tio João Justino era o seu nome,mas ficou conhecido como João circuleiro, por operar a serra circular na Serraria do Aleixo...
Tive muitos primos e a todos quis bem, mas a prima Sirlene sempre dediquei um carinho maior.
Havia em meu coração um lugar especial pra ela, pelo fato desta prima receber-me costumeiramente com lindo sorriso nos lábios, e dos seus olhos emanava uma luz,como a dizer-me:
Seja bem vinda, prima querida.