Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
15/02/2017 15h56
O velho Rio das Antas...

Costumava sempre visitar aquele lugar,que me trazia,paz e encantamento.
O barulhinho das águas, se movendo ao jogar uma pedrinha no rio, 
Acompanhava com olhar de encanto, as ondas se propagando em espirais.
Afastando-se lentamente...

O velho das Antas, era meu refúgio secreto,nos momentos de solidão.
Não sei quantas vezes me curvei em suas margens, pra catar agrião,
só sei que, de todas as tarefas dadas, essa era a mais prazeirosa de todas

:Cruzar aquela ponte batida pelo tempo,era uma aventura sem par.

Isso me faz lembrar de quantas vezes o atravessei, pra buscar leite coalhada nos polacos.
Ia junto com a Lurdinha da Nhá Rosinha, que era prima do Nêgo, aquele da tragédia,de tantas lembranças tristonhas...
Ela tinha também um irmão mais velho, Antoninho,pelo qual eu tinha uma quedinha, por isso vivia lá na sua casa, trocando revistinhas.

Naqueles tempos, as revistas de romance da época, eram: ''Grande Hotel, Você e Capricho.''
Mas vem do das Antas,minhas melhores recordações, até hoje costumo visitá-lo,numa volta ao passado já tão distante, porem ainda, tão presente em minha mente.
A cada nova enchente na cidade, ele ainda se destaca, pois seu vazamento, alagando tudo, nunca teve fim.

Isso me faz lembrar que certa feita,meu irmão escorregou ao atravessar a ponte, num dia de enchente.
E graças a ligeireza da mãe, agarrada em seu braço, impediu que se afogasse.
Meu pai também teve momentos difíceis, ficou agarrado á cerca, até a chegada de socorro dos bombeiros.
Apesar disso tudo, brincar escondida na enchente, em dias de chuva,era o que mais gostava de fazer, pois ao mergulhar os pés naquele mar de águas lamacentas,me sentia parte dele,como se fosse só meu.

Desconhecia até então como seria o mar de verdade e então, como Poliana das historinhas infantis,fazia de conta, que era o velho das Antas, meu mar.
Desconheço ainda, a origem certa do seu nome, Das antas...
mas reconheço, a importância das suas margens, em minha vida.

Feliz cidade
Que traz em seu bojo,um rio chamado assim de das Antas,...
Ate hoje, desconheço o significado da origem do seu nome 
Contudo, encantou tanto, os meus dias de criança. 


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 15/02/2017 às 15h56

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