Prá muitos,recordar o passado pode ser uma coisa maçante...sofrida.
Até mesmo sem nexo.
Porem, como já disse alguém no passado,um povo sem memória é um povo sem história.
Pra mim,um sem memória, é uma pessoa que passou pela vida e não viveu.
Dito isso, vou me reportar ás minhas lembranças, que foram fotografadas pela minha boa memória,herdada da minha mãe, que até hoje, ainda,encolhidinha dentro dos seus 92 anos,lembra com nitidez, fatos que marcaram sua vida desde a infância.
Isso por certo, ajuda a enfrentar sua velhice de agora, lembrando da criança que foi um dia.
Não abro mão da lembranças,sem elas, quem seria?
A cada etapa da vida, vamos somando experiências, boas ou desagradáveis, mas na hora de relembrá-las,as boas florescem mais.
Quando dou corda á elas, revejo na tela do pensamento,meu pai montado em sua bicicleta, indo e vindo do trabalho árduo da Pedreira ou do Britador,onde ajudava a quebrar as pedras, que formariam esse chão amado.
Cada pedra dessas ruas, tem um pouco do suor dele e de seus companheiros.
Lembro da minha mãe,diante de um fogão de lenha, a cozinhar lentamente
em meio a fumaça da lenha ainda verde, preparando a ''janta''
As vezes, a comida era tão pouca pra 10 pessoas, que um ovo era repartido em dois pedaços por ela, que por certo não ficava com nenhum.
Revejo nossa casinha,sempre pintada de côr-de rosa, o puxadinho, o quintal com sua figueira e o pessegueiro em flor, a nos encher os olhos com sua florada tão linda.
Vejo meu avô,reclamando porque eu não parava de cantar o dia todo, acho que a desafinação o incomodava.
Da minha vó Polonesa, ajoelhada diante da imagem de Nossa Senhora de Czestochowa,ou Nossa Senhora de Monte Claro, a padroeira dos Poloneses.
Brincadeiras de rua, deitar na grama, andar de bicicleta por baixo do cano e ainda,levando um irmão na garupa, escondido do pai, enquanto ele, descansava,após ardua labuta.
O pocinho e o poção, onde baldeava água, pra suprir toda casa, pois não tinha água encanada no bairro.
Revejo minha mãe voltando do trabalho, trazendo passoquinhas nas mãos e muitas batatas, que era o prato mais freqüente em nossa mesa.
Doces memórias!
O primeiro dia de aula no Grupão, o nosso Duque de Caxias;
As primeiras professoras eram duas, com o mesmo nome: Avany Costa e Avany Martini e a última ,que foi Professora Avany Caggiano Santos.
Também Dona Aury, dona Neuza, filha da madrinha Julia e do padrinho Nucha e Rosemary Lopes, a querida Professora de música, que sempre me elogiava nas aulas de canto.
Enfim:
Sobre esse chão amado,ainda ressoam meus passos.