Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
10/02/2017 22h21
Reminiscências...

Tôdas as manhãs,ao abrir a janela do meu quarto, tudo o que via era o quintal da vovó Catarina, com seu precioso forninho de pão, debaixo de um pessegueiro em flor..
Essa visão fazia parte da rotina do dia a dia..
Ao erguer porem um pouco o olhar, avistava a linha do trem,com sua Maria fumaça apitando e fumegando na curva, qual fera ferida...
Elevando um pouco mais alto os olhos,avistava a Serra do Nogueiras, com os caminhões indo e vindo, como formiguinhas, ao longe.
Alongando ainda um pouco mais o olhar,vislumbrava a linda imagem da Santa da colina, que tive o privilégio de ver surgir, pouco a pouco, como num passe de mágica ,prá abençoar a cidade.
Sob esse céu de anil profundo, bailavam nuvens branquinhas por toda cidade, formando estranhas figuras no céu.
Ao cair a tarde,naquele momento sagrado da hora mágica,quando não se sabe se é o anoitecer que  chega ou o amanhecer que se vai,ouvia ao longe o cântico da Ave Maria,na hora serena do Ângelus,anunciando o final de mais um dia...
No céu,vaidosa lua brilhava refletida pela luz do amigo sol, que se escondera mais cedo, pra poder brilhar linda e formosa lua, derramando raios dourados por toda cidade, e a noite ao abrir a janela, avistava a Serra dos Nogueiras toda enfeitada pelo luar, derramando prata pelo chão, que levava minha mãe exclamar:
- Hoje está um luar que é um dia.
Fechando a janela, ainda via seus raios entrando pelas frestas da parede, invadindo o quarto, e feliz esperava o dia seguinte, para vislumbrar tudo de novo.
Como num filme que a memória gravou, pra jamais esquecer.
Irati...
Feliz cidade que me viu nascer,crescer e partir um dia,
 porem,jamais te esquecerei.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 10/02/2017 às 22h21

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