Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
08/02/2017 21h50
Catando lenha

Era quase inverno ..

O vento que soprava naquela tarde de outono,anunciava que mais frio estava chegando;
Era preciso buscar mais serragens, pra aquecer a casa tôda.

Peguei uma capa de acolchoado, que cobria o bercinho, e com o consentimento da minha mãe,fui sozinha buscar toquinhos de lenha, na fábrica do seu Aleixo,misturados com serragens, pra socar no velho fogão de lenha.

Tudo ia dando certo,quando de repente,ao erguer o saco nas costas,fui puxada pra tras,e dando um giro no ar,caí em meio as serragens.
 Atordoada,vendo a roda enorme moer tudo que havia catado,fiquei muito apavorada.

Levantei e sai cambaleando,meio zonza, por entre as corrêias, que giravam e giravam, sem parar.
Não sei como consegui sair dali e chegar em casa,de mãos vazias, e desfigurada pelo trauma.

Ao me ver chegando,minha mãe assustou-se e tentou me acudir,mal sabendo ela,que eu fôra salva por um milagre,,pois ao cair,fui poupada de ser tragada pelas corrêias,que continuaram girando e moendo tudo.

Sempre ouvi dizer ,que ninguem morre antes da hora, e com certeza
minha hora não era aquela.

Sobrevivi...


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 08/02/2017 às 21h50

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras