Era assim que ela gostava de ser chamada,o que fazia realçar sua beleza ,naquela pele morena.
Morena faceira ,que gostava de passear sua beleza e sempre dava um jeito de arrumar um novo passeio.
Namoradeira,vivia flertando com os rapazes da cidade,porem só um deles foi sua grande paixão. O moreno Antonio.
Quando nasci,ela já tinha 4 anos e com certeza ficou feliz com minha chegada, me chamando de Nenê,que mais tarde, se transformou em Nêne.
Lembro das nossa brincadeiras,das nossas brigas de puxar os cabelos,do seu passarinho, que um dia o meu gatinho machucou.
Lembro tudo, ate mesmo da dupla que fazíamos, cantando a musica India, gravada pela dupla Cascatinha e Inhana.
Das sessões de cinema aos domingos, quando ficava esperando até o último instante,que me convidasse pra ir junto, mesmo que fosse prá ''segurar vela''
Lembro do moreno bonito que te acompanhava,e ficava feliz por você.
Lembro da sua paixão pelas músicas do Roberto,em especial Detalhes.
O tempo nos afastou muito cedo,após descobrir que era filha ilegítima se rebelou.
Veio pra capital e casou,não com o moreno bonito que deixou pra trás, e que bem mais tarde, confessou nunca ter esquecido.
Ficou sabendo então,a razão do seu nome ser a fusão dos nomes dos pais Darci e Lidia,resultando em Darli.
Lembro ainda de você ,cantando O Tango Penado 14, como Crooner do Leví e seu conjunto,nas noites da Difusôra, a nossa Radio Irati.
Foi com ela que aprendi a enfrentar a vida de peito aberto, recusando o emprego na Farmacia Pessoa,em meu benefício.
Saudade é muito pouco, pra traduzir minha admiração pela Minha Negrinha.