Memórias de uma abelhinha de Irati

Tudo vale a pena quando a alma não e pequena

Meu Diário
02/02/2017 00h33
Um ranchinho na pedreira

 


Logo depois que nasci, ainda no bairro do Aleixo,meu pai ganhou um pequeno lote, doado pela Prefeitura de Irati, por estar já trabalhando lá.
Minha mãe por certo, ficou feliz,pois ainda morava de ''parede e meia'' e ter o seu cantinho, era tudo o que mais queria.
Lá pelos meus 5 anos de idade,a meia água ficou pronta e mudamos.

Nossa vizinha mais próxima,era nha Chica preta, a mãe da Zulmira,uma moça que trabalhava pra familia  da Senhorinha Lopes, ainda nos tempos de namorados, do Tico e Mafalda.
Assim, Zulmira se tornou quase, como fôsse alguem da familia Lopes, por muitos anos.

Sempre que precisava sair,nha Chica era nossa babá, ate que a mãe voltasse.
Ainda hoje, apesar da pouca idade que tinha na época, lembro-me bem do seu rosto reluzente, sempre atento no cuidado das crianças.


Durou pouco porém aquela moradia, pra decepção da mãe, meu pai resolveu trocar o pequeno imóvel,por um corte de casimira e um pouco em dinheiro, pra tratar os dentes da esposa, que naquela idade, vinte e poucos anos,ja estava banguela.

Sempre que passava naquela região, ficava a olhar aquelas casinhas da Pedreira, pensando qual delas seria a nossa,e quem estaria nela morando agora.

Depois disso tudo,nunca mais tivemos outra casa que nos pertencesse,não fôsse a bondade do ''Seu Aleixinho, que nos acolheu com a mudança de volta.

Resumindo diria:

Que os dentes da minha mãe não duraram pra sempre, nem o terno de Casimira do meu pai tampouco, mas o lotinho com certeza, cresceu e prosperou ao longo dos anos.


Publicado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 02/02/2017 às 00h33

Tela de Claude Monet
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